Os mercados internacionais dão sinais de um início de semana mais leve nesta segunda-feira (23), estendendo o ritmo de recuperação começado na última sexta (20), com investidores aliviando a cautela em relação à possível retirada dos estímulos monetários do Federal Reserve, o banco central americano.
A semana deve ter foco em indicadores econômicos que apontem o ritmo de recuperação global, enquanto que, localmente, os mercados prestam atenção nas negociações em torno dos ajustes no imposto de renda, além da ressaca institucional com o inédito pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro no Senado. Os governadores brasileiros terão uma reunião nesta manhã para definir o posicionamento em relação ao pedido.
- Futuros americanos em queda, com Dow Jones (-0,45%), S&P 500 (-0,45%) e Nasdaq (-0,45%).
- Bolsas asiáticas fecharam em queda: Tóquio/Nikkei 225 (-0,98%), Hong Kong/Hang Seng (-1,84%) e Xangai (-1,10%)
- Por aqui, Ibovespa fechou em alta na sexta, com 118.052 pontos (+0,76%);
- Dólar fechou cotado a R$ 5,37 (-0,8%).
- Bitcoin valendo US$ 50.252 (+2,3%), agora pela manhã
Direto de Brasília (e outros lugares)
- Aqui a semana começa com um rescaldo da mais recente investida do presidente Jair Bolsonaro contra o STF. Na sexta, o presidente mandou protocolar no Senado o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. É a primeira vez que a Presidência faz um pedido do gênero na história recente do país.
- A resposta foi imediata e política. Ex-presidente do Senado e atual presidente da poderosa CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP) disse, no sábado (21), a interlocutores, que não vai mais pautar a indicação de André Mendonça para o Supremo.
- O temor dos operadores políticos de Brasília é que o pedido de impeachment afete também reformas enviadas pelo Executivo, principalmente no Senado, que é onde o governo já enfrenta a CPI da Covid e tem maior dificuldade de articulação. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também criticou a iniciativa do presidente e disse não ver fundamentos no pedido.
- No domingo, dez partidos – que abrigam 43 dos 81 integrantes do Senado – se manifestaram contra o pedido de impeachment do ministro, somando-se assim ao STF, OAB, juristas e associações nacionais de magistrados. A manifestação mais dura veio do decano do Supremo, Gilmar Mendes, pelo Twitter:
- É esperada também nova tentativa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de por em votação a reforma do imposto de renda. Na semana passada, não conseguiu.
- O novo ruído trazido pelo pedido de impeachment pode a reverberar na encrenca dos precatórios para a qual o governo busca uma solução para aliviar o orçamento de 2022. A previsão para pagar essas dívidas judiciais, a priori, já soma R$ 89 bilhões.
Veja mais: Preparamos esse vídeo para explicar o que são precatórios e como estas dívidas se transformaram em uma bomba fiscal no Orçamento Geral da União do ano que vem.
- A juíza Pollyanna Kelly Alves, da 12ª Vara da Justiça Federal em Brasília, rejeitou denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do sítio de Atibaia.
- Brasil registrou 331 mortes por Covid-19, no domingo, e média móvel diária de 765 mortes, a menor desde a primeira semana de janeiro. Desde o início da pandemia, a doença já matou 574.574 brasileiros.
Manchetes dos jornais
- Avanço invisível do varejo digital fortalece grandes redes e ‘salva’ pequena loja (Valor)
- Incêndios no Pantanal alcançam ritmo da destruição recorde de 2020 (Folha de S.Paulo)
- Congresso reage a veto de Bolsonaro e se articula para dobrar valor do fundo eleitoral (O Globo)
- Grupos tradicionais aceleram parcerias com startups em busca de inovação (O Estado de S.Paulo)
- Pressure Grows on Biden to Extend Afghan Withdrawal Deadline (New York Times)
- Stock Futures Edge Up Ahead of Economic Data (Wall Street Journal)
- Biden says safe zone around Kabul airport to expand as U.S. airlines enlisted for evacuations (Washington Post)
Na Bloomberg Línea
A Central Única das Favelas (Cufa) mobilizou R$ 296,2 milhões em pouco mais de um ano do projeto Mães da Favela, uma iniciativa que ajuda as mulheres chefes de família a sobreviverem aos impactos da covid-19. A Cufa criou o movimento ainda em março de 2020, logo após a declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde. Conheça mais sobre a iniciativa aqui.
- Risco de incêndio em bateria leva GM a fazer recall de carro elétrico Bolt a um custo de US$ 1 bilhão
- Mercado buscará pistas sobre próximos passos do Fed na fala de Powell em Jackson Hole: Eco Week
- Bancos de investimento se mostram otimistas com recuperação dos mercados emergentes
- Sete de doze ações de ‘tech’ valem menos que no IPO; Quem são as ‘stonks’ brasileiras?
- EXCLUSIVO: em entrevista à Bloomberg Línea, o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) falou sobre concessões, marco das ferrovias e da cabotagem e risco de greve de caminhoneiros
Agenda do dia
- Indicadores Brasil: IPC-S FGV (8h); Pesquisa Focus (8h25)
- Indicadores EUA: PMI Composto (10h45); Vendas de casas usadas (11h)
- Jair Bolsonaro: Reuniões com Bento Albuquerque, Ministro de Minas e Energia; com Onyx Lorenzoni, Ministro do Trabalho e Previdência; com Ciro Nogueira, Ministro do Chefe da Casa Civil da Presidência; com Pedro Cesar Sousa, Subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência; com Luiz Eduardo Ramos, Ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
- Paulo Guedes (Economia): 41º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual da ABPI; almoço com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; reunião com a secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, Martha Seillier; reunião com secretário Especial da Receita Federal, Jose Tostes.
- Roberto Campos Neto (BC): Almoço com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o Secretário da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o Secretário da Secretaria de Política Econômica, Adolfo Sachsida, no Ministério da Economia; videoconferência, com dirigentes de instituições financeiras, no Edifício-Sede do Banco Central.
Para não ficar de fora
A FDA (agência do governo americano com atribuições similares à nossa Anvisa) resolveu não usar meias palavras para pedir que as pessoas parem de usar o vermífugo Ivermectina para tratar a Covid-19: “Você não é um cavalo. Você não é uma vaca. Sério, pessoal. Pare com isso.”
Muita gente ficou 😳 com o método escolhido pela prefeitura de Joinville (SC) para a aplicação da vacina da Covid-19: a maioria dos moradores da cidade recebeu o imunizante na região dos glúteos, em vez do braço.
A explicação da prefeitura e dos órgãos de saúde do Estado: a eficácia da vacina é a mesma em ambas as regiões, mas, na lateral da perna, tende a ocasionar menos dor. O caso ganhou repercussão nos jornais, muitos memes e ainda mais notificações no celular.