Morador de NY troca apartamento em Manhattan por casa com quintal no subúrdio mesmo com volta ao escritório

Frenesi, que começou por necessidade de isolamento no início da pandemia, continua forte, com os compradores aproveitando uma mudança cultural no jeito de viver e trabalhar

Casas em Westchester County em Larchmont, New York, continuam sendo procuradas por moradores de Manhattan
Por Oshrat Carmiel
23 de Agosto, 2021 | 09:06 PM

Bloomberg — Os nova-iorquinos ainda estão trocando seus minúsculos apartamentos perto das linhas do metrô por residências com quintais nos subúrbios, mesmo quando os empregadores sinalizam que eventualmente querem os trabalhadores de volta a seus escritórios em Manhattan.

Compras de casas em lugares como Greenwich, Connecticut, estão superando os picos exuberantes do ano passado, enquanto propriedades em Hudson Valley em Nova York estão estabelecendo recordes de rapidez com que encontram compradores. Em Nova Jersey, um avaliador vê pelo menos mais um ano de alta nos preços como resultado da demanda implacável.

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O frenesi para adquirir uma casa no subúrbio, que começou na busca de uma forma de isolamento das multidões no início da pandemia, continua forte, com os compradores aproveitando uma mudança cultural no jeito de viver e trabalhar. Enquanto empresas discutem como e quando restaurar arranha-céus, os funcionários estão preenchendo esse vazio com seus próprios planos. Eles estão, primeiro, comprando uma casa que atenda ao seu orçamento e às suas necessidades de espaço e deixando para ver depois o que isso significa em termos do retorno ao escritório.

“Algumas pessoas sabem que não precisarão voltar atrás, e muitas estão perdidas”, disse Ken Wile, um agente da Redfin em Westchester, condado ao norte da cidade. O que se pensa agora, segundo ele, é que o trabalho no escritório será por dois ou três dias na semana e não cinco.

Westchester, atraente por suas pequenas cidades arborizadas e fácil acesso ferroviário a Manhattan, tem sido especialmente popular entre os exilados urbanos. A venda de residências do tipo single-family home - casas que não dividem paredes com outros imóveis e proporcionam maior privacidade e independência - disparou 56% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, o maior aumento anual em uma década, de acordo com Miller Samuel e Douglas Elliman Real Estate. O preço médio subiu 16% para um recorde de US$ 826.500, com 47% dos negócios fechados acima do preço pedido - também recorde de alta.

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Nos condados de Dutchess e Putnam, em Nova York, tipicamente áreas de casas de fim de semana e que não se prestam a deslocamentos diários para a cidade, os preços estão batendo recordes. O mesmo ocorre com a rapidez dos negócios - cerca de dois meses para fechamento do contrato.

Os consumidores de imóveis também estão migrando para a região mais rural de Catskills, disse Joseph Satto, fundador da corretora Fresh Air Realty.

Um plano típico que está sendo traçado por alguns de seus clientes urbanos é passar pelo menos de sexta a segunda-feira trabalhando e morando em Catskills, e o meio da semana na cidade, às vezes em um apartamento compartilhado com outras pessoas, disse ele.

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Em Nova Jersey, a demanda aquecida deve elevar os valores das residências em 12% este ano e mais 3% em 2022, de acordo com uma projeção da empresa de avaliação Otteau Valuation Group. Os contratos no condado de Bergen aumentaram 16% este ano até julho, em comparação com o mesmo período em 2020. Nos condados mais distantes de Middlesex e Somerset, os negócios aumentaram mais de 20%.

Um mercado de trabalho forte também está aumentando a audácia daqueles que estão comprando casas sem uma estimativa clara sobre a política de retorno de seu empregador.

Em uma pesquisa do site de carreiras FlexJobs.com, 58% dos entrevistados disseram que “com certeza” procurariam um novo emprego se não pudessem continuar trabalhando em casa.

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