GM e LG discutem quem paga US$ 1 bi após baterias pegarem fogo

Montadora fez o recall dos elétricos Bolt pela terceira vez em nove meses devido ao risco de incêndio

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Bloomberg — Em junho de 2017, meses após passar na frente da Tesla e lançar no mercado um veículo elétrico de preço acessível e longo alcance, a General Motors publicou anúncios de página inteira nos jornais se gabando da distância que o Chevrolet Bolt percorria entre cargas. O slogan: “Comece um relacionamento à distância, agora.”

Quatro anos depois, o relacionamento à distância entre a GM e sua fornecedora de baterias, LG Energy Solution, passa por sua maior prova. O motivo do desentendimento é quem vai pagar uma conta de US$ 1 bilhão.

Na semana passada, a GM fez o recall dos elétricos Bolt pela terceira vez em nove meses devido ao risco de incêndio na bateria. A companhia sediada em Detroit substituirá módulos em 73.000 veículos adicionais e pressiona a LG a pagar pelo conserto. A mais de 10.000 quilômetros dali, em Seul, a LG afirma que a divisão da despesa dependerá dos resultados de uma investigação conjunta sobre a causa primordial do defeito.

Veja mais: Risco de incêndio em bateria leva GM a fazer recall de carro elétrico Bolt a um custo de US$ 1 bilhão

Em jogo está uma das parcerias de maior promessa no universo dos veículos elétricos. A CEO Mary Barra aposta que o futuro da GM será elétrico e em janeiro estabeleceu a meta de vender apenas veículos com emissão zero de carbono até 2035. A LG Energy pretende listar ações em bolsa após ter se separado da LG Chem no ano passado e não pode perder um cliente tão grande.

“Junto com nosso cliente e parceiros, a LG trabalha ativamente para garantir que as medidas de recall sejam realizadas sem intercorrências”, afirmou a empresa sul-coreana em comunicado enviado por e-mail. A investigação da causa do problema está sendo realizada por GM, LG Electronics e LG Energy Solution.

As ações da LG Electronics despencaram 4,1% na segunda-feira em Seul, enquanto os papéis da LG Chem perderam 11%, a maior queda desde março de 2020. As ações da GM recuavam 2,2% às 9:40 em Nova York.

Em novembro, a GM fez o recall de cerca de 70.000 unidades do Chevy Bolt nos modelos 2017, 2018 e 2019. Um mês antes, a Agência Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA, na sigla em inglês) abriu um inquérito para averiguar se os carros estavam propensos a pegar fogo quando estacionados. A GM fez recall voluntário dos automóveis, citando problemas com baterias fabricadas em Ochang, na Coreia do Sul.

Veja mais: Oferta de baterias é próximo teste para veículos elétricos

Enquanto busca uma solução permanente, a montadora pediu que os proprietários levassem seus carros Bolt para concessionárias para uma atualização de software que limita a recarga a 90% da capacidade total da bateria. A NHTSA orientou os proprietários de automóveis Bolt a estacionar fora e longe de suas casas por precaução, informando estar ciente de cinco incidentes com fogo, sendo que pelo menos um incendiou uma residência.

Em julho, a GM fez recall do mesmo grupo de carros, depois que dois veículos reparados pegaram fogo. A montadora avisou que substituiria os módulos de bateria após identificar dois defeitos simultâneos de fabricação nas mesmas células de bateria.

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