Bloomberg — Vitol e Trafigura, ambas excluídas de novos contratos de negociação de petróleo com a estatal do México por suposta corrupção, estarão sujeitas à proibição até pelo menos o fim de 2024, enquanto o governo analisa a conduta de outras tradings de commodities, disse a secretaria de Energia, Rocío Nahle.
A Petróleos Mexicanos não fechará acordos com Vitol e Trafigura, duas das maiores operadoras de commodities do mundo, pelo menos no que resta do mandato de seis anos do presidente Andrés Manuel López Obrado, disse Nahle à Bloomberg News em entrevista. O governo mexicano está revisando a conduta de outras empresas de trading de petróleo e suspenderá contratos com qualquer empresa que tenha cometido atos indevidos, disse.
Nos últimos anos, grandes tradings de commodities enfrentaram investigações de suborno e corrupção em uma repressão mundial que incluiu jurisdições de vários países, como Estados Unidos, Suíça, Brasil e México. López Obrador assumiu o poder com a promessa de levar a estatal do petróleo do México à sua antiga glória e reduzir a influência de operadoras privadas de energia que ele frequentemente classifica como corruptas.
“Os que praticam corrupção não deveriam estar no México”, disse Nahle, de 57 anos, antiga aliada de López Obrador, que também preside o conselho da Pemex, durante entrevista de seu escritório em Villahermosa, no estado de Tabasco. “Estamos trabalhando para deixar um país com boas práticas.”
A Trafigura não vê base para a suspensão de novos contratos e suas políticas e procedimentos de conformidade foram totalmente revisados e avaliados por um advogado externo independente para atender aos mais altos padrões exigidos por lei em todas as jurisdições em que a Trafigura opera, disse um porta-voz da empresa. A Trafigura refuta veementemente qualquer alegação ou sugestão de corrupção, disse o porta-voz.
Representantes da Vitol não responderam de imediato a pedidos de comentário. A Vitol afirmou anteriormente que está comprometida em cumprir a lei e tem políticas, procedimentos e controles antissuborno e anticorrupção em todas as suas atividades comerciais.
Em dezembro, a PMI, braço comercial da Pemex, suspendeu novos contratos com a Vitol depois que a empresa fez um acordo de US$ 160 milhões para encerrar acusações de que planejava pagar propinas no Brasil, México e Equador. As alegações incluíam propinas pagas a funcionários da Pemex no ano passado. O governo e a produtora mexicana iniciaram sua própria investigação sobre o Vitol.
Em julho, a PMI temporariamente suspendeu novos contratos com a Trafigura, embora os acordos existentes estejam sendo respeitados, segundo pessoas a par da situação.
Nahle também disse que o México está em processo de hedge dos preços de exportação do petróleo, mas não quis dar detalhes ou dizer se o país já começou a comprar opções no mercado.
“A Secretaria da Fazenda está encarregada disso”, disse. Assim como fazem “todos os anos, estão analisando o caminho”.
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