Petróleo despenca para menor valor desde maio após Fed expressar intenção de encerrar estímulos

A China também diminuiu a demanda pela commodity, contribuindo para a queda de 4,3%

19 de Agosto, 2021 | 04:56 PM

Bloomberg — O petróleo sustentou a queda, chegando ao nível mais baixo desde maio após o Federal Reserve dos EUA sinalizar, na quarta-feira, que iniciaria o processo de tapering para compras de ativos em alguns meses, afetando a commodity e valorizando o dólar.

Os futuros da West Texas Intermediate caíram 4,3% – foi o sexto dia seguido de queda e com reduções em linha com as ações e outras matérias-primas como cobre e minério de ferro. O Fed impactou o setor de petróleo cru, que já sofria com as ameaças da cepa delta do coronavírus na Ásia, levando a uma piora nos indicadores de demanda, incluindo uma queda na produção das refinarias da China.

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“O dólar está ganhando uma força considerável, e o Fed tenta acalmar a economia”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC. “O petróleo já estava em movimento descendente, pois o mercado sofreu com a diminuição da demanda vinda da China, e o declínio do apelo à commodity está piorando a situação”.

Para proteger a economia dos EUA do impacto da pandemia, o Fed comprou US$ 120 bilhões de ativos todos os meses, estimulando as commodities. A ata da assembleia de julho do banco mostrou uma possível retração em suas aquisições mensais de títulos, pois a maioria dos participantes acreditava que seria adequado começar a reduzir o ritmo do estímulo.

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A recuperação do petróleo no primeiro semestre perdeu o impulso desde julho, em meio à ameaça à demanda causada pela cepa delta. Os ganhos do dólar nas últimas semanas também afetaram o petróleo cru, encarecendo a commodity precificada em dólar. Ao mesmo tempo, a OPEP+ avançou com a restauração gradual do abastecimento.

Preços:

  • O preço da WTI para as entregas de setembro caiu US$ 2,46, chegando a US$ 63 por barril às 11h12 em Nova York. A queda foi de 4,3%.
  • O preço do petróleo Brent para outubro caiu US$ 2,42, chegando a US$ 65, 81 por barril.
  • O Índice Bloomberg Dollar Spot ampliou os ganhos.

“As preocupações com o crescimento econômico, o dólar mais forte e um ambiente sem riscos ajudam o petróleo”, disse Giovanni Staunovo, analista do UBS Group AG. “A demanda vai continuar se recuperando de maneira irregular durante as próximas semanas, e o mercado de petróleo continua tendo abastecimento limitado. Isso também deve sustentar os preços no futuro”.

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E mais:

  • O mercado físico de petróleo cru enfraqueceu nesta semana, já que a compra silenciosa da China coincidiu com um movimento surpresa da Índia para a venda de petróleo de suas reservas estratégicas para refinarias estatais.
  • O ministro de Petróleo da Líbia pediu para que o governo substitua a diretoria da estatal de energia, incluindo o presidente de longa data Mustafa Sanalla, segundo carta analisada pela Bloomberg.
  • A Arábia Saudita provavelmente considera fazer uma pausa no próximo aumento agendado de abastecimento da OPEP+, segundo a Energy Aspects.

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