Ibovespa se encaminha para 4ª queda consecutiva com exterior; dólar avança acima de R$ 5,40

Mercados reagem à ata do Fomc da véspera, que ameaça drenar parte da liquidez de ativos de risco; Vale e Petrobras lideram quedas com tombo das commodities

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São Paulo — O dólar futuro avançava nesta quinta-feira (19), ultrapassando a marca dos R$ 5,40 pela primeira vez desde 4 de maio deste ano, contaminado pelas vendas massivas de ativos considerados mais de risco no exterior. O movimento negativo que se apoderou dos mercados internacionais vem após a ata da última reunião do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve, divulgada na quarta-feira (18), e que deu indicações de uma possível redução dos estímulos da pandemia ainda este ano.

  • Perto das 10h30, o dólar futuro subia 0,7%, a R$ 5,4211, na quarta alta consecutiva da semana
  • O movimento vem em linha com pares emergentes no exterior, como o peso mexicano e o rand sul-africano, que também caem perante o dólar americano. O real era a 18ª moeda mais desvalorizada, numa lista de 24 pares, segundo informações da Bloomberg
  • Já a curva de juros operava mista, com alta nas pontas curtas e queda nas longas

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA ajudaram a aliviar parte do sentimento negativo, com uma queda pela quarta semana consecutiva, que sugere que as condições do mercado de trabalho estão melhorando à medida que a economia se recupera.

  • Os registros desta quinta-feira (19) apresentaram queda de 29.000 para 348.000 na semana encerrada em 14 de agosto, o menor nível da pandemia, segundo dados do Departamento do Trabalho americano. Economistas em uma pesquisa da Bloomberg estimavam um declínio para 364.000.

Ibov nas mínimas

O Ibovespa caminha para fechar a semana com queda de quase 5%, e chegou a perder os 115 mil pontos nos primeiros minutos da sessão, com as ações ligadas a commodities pesando. A perspectiva de redução de estímulos pelo Fed, conforme a ata da véspera, afeta as bolsas pelo mundo e reflete no mercado doméstico, que ainda soma os receios fiscais que assombram o investidor há semanas.

  • O Ibovespa recuava 1,05%, a 115.420 pontos, após tocar os 114.801 na mínima do dia
  • Vale (VALE3) é o maior peso negativo do índice, com queda de 4,22%, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro e do pedido de arresto de R$ 50,7 bilhões da mineradora e da BHP por parte da promotoria de Minas Gerais divulgado ontem
  • Petrobras (PETR4) vem na sequência, recuando 1,42%,
  • No exterior, os índices americanos operam no vermelho: S&P 500 cai 0,16%, Dow Jones, 0,19% e Nasdaq, 0,37%. As bolsas europeias seguem a mesma tendência

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