Guedes diz que, sem parcelamento de precatórios, outras despesas serão prejudicadas

“Se tiver que cumprir uma lei, você descumpre outra, a menos que haja uma solução”, defendeu o ministro da Economia

Ministro diz que o Mercosul é uma ferramenta que não está atendendo às necessidades do Brasil
19 de Agosto, 2021 | 01:02 PM

São Paulo — O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que caso a alternativa de parcelar precatórios, que foi oferecida pelo governo em proposta de emenda à constituição (PEC), não seja aprovada, será enviado um orçamento com R$ 89 bilhões das despesas com pagamentos judiciais e “faltando dinheiro para tudo mais, inclusive para salários”.

Conforme a Bloomberg News, Guedes, que participa de audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, afirmou que “se tiver que cumprir uma lei, você descumpre outra, a menos que haja uma solução”.

PUBLICIDADE

De acordo com agências, o ministro disse que a não aprovação da PEC dos precatórios pode ser paralisante. “Vai parar Brasília se tiver que pagar isso com as leis vigentes. Se fizer reforma da Lei de Responsabilidade Fiscal ou fizer exceção para o teto é outra conversa. Mas com as leis vigentes eu só tenho um jeito de cumprir e ficar constitucionalmente dentro”

Quanto às últimas tensões políticas entre os Poderes, o ministro comentou que existem choques, “mas é justamente esse barulho que nos mostra a necessidade de que esses poderes tenham independência”.

“Acreditamos que barulho é natural. É claro que às vezes há excessos em todos os poderes”, voltou a defender.

PUBLICIDADE

VEJA MAIS: Bolsonaro intensifica ataques ao Judiciário e eleva tensões

Guedes falou ainda sobre a participação do Brasil no Mercosul, defendeu que o grupo “não está correspondendo às nossas necessidades”, e disse que espera provocar modernização do conglomerado durante os próximos seis meses.

Leia também

PUBLICIDADE

Estratégia eleitoral de Bolsonaro sacode mercado no Brasil

Justiça nega pedido de arresto de R$ 50,7 bi da Vale, BHP

Oferta de ações da Braskem volta à mesa para saída de acionistas

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.