Bloomberg — O Twitter está adicionando uma opção para que os usuários relatem informações incorretas à empresa, mas pondera que a capacidade expandida de sinalizar tweets não levará necessariamente a maior checagem de fatos ou sinalizações em postagens problemáticas.
O teste, disponível apenas em alguns mercados, permitirá que os usuários notifiquem a empresa sobre supostas informações incorretas, da mesma forma que podem alertar o Twitter sobre spam ou abuso. Mas a empresa de mídia social, que não tem uma operação robusta de verificação de fatos, não revisará a legitimidade de cada tweet identificado ou responderá aos usuários com atualizações como faz com outros tipos de sinalizações.
Em vez disso, o Twitter usará os avisos como uma forma de estudar a desinformação na plataforma e identificar tendências ou áreas problemáticas nas quais deve se concentrar, afirmou uma porta-voz. O Twitter verifica apenas os tweets de categorias selecionadas, como eleições e Covid-19, mas os usuários podem alertar a empresa sobre qualquer informação falsa. A companhia pode adicionar mais categorias à operação de verificação de fatos com base nos resultados do teste, que será executado nos EUA, Austrália e Coreia do Sul.
“Podemos não agir e não responder a cada denúncia do experimento”, tuitou a empresa na terça-feira (17) de uma de suas contas corporativas. “Mas sua opinião nos ajudará a identificar tendências para que possamos melhorar a velocidade e a escala de nosso trabalho de desinformação mais amplo.”
Empresas de mídia social têm sido criticadas por não impedirem a disseminação de desinformação, especialmente sobre questões como a Covid-19 e a vacinação. O esforço de combate às informações falsas no Twitter é mais limitado do que os de concorrentes, como Facebook. Ao contrário do exército de verificadores externos do Facebook, a equipe interna de segurança e confiança do Twitter analisa os tweets e geralmente apenas pune infratores mais notórios ou de maior perfil.
Estes esforços ainda podem causar impacto, no entanto. Vários políticos foram sinalizados ou temporariamente suspensos por repetidas violações de desinformação, incluindo o ex-presidente Donald Trump e, mais recentemente, a congressista Marjorie Taylor Greene, do estado americano da Geórgia.
A plataforma também está construindo um produto chamado Birdwatch, que contará com os usuários do serviço para ajudar a policiar o conteúdo e combater a desinformação. Esse produto está apenas na fase de teste com um número limitado de usuários, mas é parte de um esforço para dimensionar os esforços de verificação de fatos mais rapidamente. O Twitter, sediado em São Francisco, tem mais de 200 milhões de usuários diários.
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