CBA aposta em expansão de olho em déficit global de alumínio

Empresa planeja investir R$ 4 bilhões nos próximos cinco anos com reestruturação e expansão de operações

Déficit ameaça produção de latas até peças de aviões
Por Mariana Durao
18 de Agosto, 2021 | 08:54 PM

Bloomberg — A unidade de alumínio da Votorantim aposta no déficit do metal com diversas aplicações, de latas de cerveja até peças de aviões.

A CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) planeja investir R$ 4 bilhões nos próximos cinco anos à medida que reestrutura e expande as operações, disse o diretor-presidente da empresa, Ricardo Carvalho, em entrevista. A empresa, que estreou na bolsa em julho após uma oferta de R$ 1,4 bilhão, também quer fazer negócios ao longo da cadeia de valor.

Os planos de crescimento estão alinhados com a visão da CBA de que o alumínio caminha para um déficit de oferta em meio aos esforços globais de descarbonização, que impulsionam a demanda justo quando a China impõem restrições à fundição. O metal mostra melhor desempenho do que a maioria das commodities diante das crescentes preocupações com a variante delta e acumula alta de 44% nos últimos 12 meses em Londres.

A CBA planeja modernizar usinas para reduzir as emissões e recuperar a capacidade desativada em linhas de produção de alumínio primário durante a crise energética de 2014. Para isso vai destinar R$ 900 milhões à atualização da tecnologia de salas fornos da planta localizada em Alumínio, em São Paulo. Os projetos também incluem energia renovável, eliminação de resíduos secos e produção adicional de tarugo de sucata na fábrica Metalex.

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Ao mesmo tempo, a empresa busca uma parceria para desenvolver a mina de bauxita Rondon no Pará, orçada em R$ 2 bilhões. A estratégia é exportar 4,5 milhões de toneladas para posicionar a CBA como alternativa para clientes da China e do Oriente Médio que hoje são abastecidos pela Guiné.

“Estamos conversando com potenciais parceiros no Brasil e no exterior”, disse Carvalho. “Poderia ser alguém com um contrato de fornecimento de longo prazo ou um investidor com sua própria participação.”

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