Ibovespa recua pelo 2º dia com reforma tributária no radar; dólar oscila com exterior

Grandes pagadoras de dividendos ajudam a puxar índice da B3 para baixo, com receios de nova tributação; mercados americanos e da Europa caem

Ibovespa recua antes de votação da reforma tributária na Câmara
17 de Agosto, 2021 | 11:08 AM
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São Paulo — O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, recuava pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira (17), com investidores acompanhando a cautela do exterior e reagindo à provável votação de ao menos uma parte da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, que pode impor a taxação de dividendos de empresas em 20% - hoje isentos de tributação.

  • Perto das 10h35, o Ibovespa recuava 0,36%, abaixo dos 119 mil pontos. Os bancos lideravam as quedas, com Itaú (ITUB4) caindo 1,23% e Bradesco (BBDC4), 1,31%, na ponta
  • As ações da Taesa (TAEE11) recuam 0,4%, a R$ 39,49, Itaúsa (ITSA4) cai 1,22%, a R$ 11,23, Copel (CPLE6) com queda de 1,09%, a R$ 6,37, e Cesp (CESP6), 1,34%, a R$ 22,84, algumas das maiores pagadoras de dividendos da bolsa, recuavam com investidores receosos pela aprovação das novas regras
  • Outro destaque de queda era a ação do IRB Brasil RE (IRBR3), que cravou uma nova cotação mínima em 12 meses, após a divulgação de prejuízo no segundo trimestre. O papel recuava 7,5%, a R$ 5,05.
  • Já a Petrobras (PETR4 e PETR3) liderava o recuo da bolsa por pontos, seguindo a quarta queda consecutiva do petróleo no exterior

Enquanto isso, o dólar futuro operava próximo à estabilidade, com viés de alta, descolado da maior parte dos pares emergentes, que recuavam nesta terça em relação ao dólar americano.

  • A moeda brasileira avançava 0,1%, a R$ 5,256, enquanto a curva de juros operava mista, com queda na ponta longa e alta na curta

Como está o cenário

Segundo relatório do deputado Celso Sabino (PSDB-PA) da Reforma Tributária, não devem ser protocoladas mudanças em relação ao texto apresentado na última quinta-feira (12). Não há acordo para a votação e o texto pode ser bastante emendado durante a tramitação, prevista para esta tarde.

  • No exterior, os mercados reagem à queda maior que o previsto das vendas no varejo americano, com uma contração indicando mais gastos com serviços, agora que a maior parte das restrições da pandemia foram retiradas
  • As bolsas americanas e europeias, que recuavam pelo segundo dia consecutivo, também ficam de olho nos desdobramentos políticos para a administração Joe Biden após a retirada dos militares do Afeganistão e a consequente tomada de poder do Taliban

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.