Mercados têm tarde negativa com tensões no exterior e na política local

Investidores digerem dados fracos da China e impactos da crise no Afeganistão; Brasília segue no radar

Dia é agitado no exterior e no mercado local
16 de Agosto, 2021 | 04:03 PM

São Paulo — O Ibovespa opera em queda e o dólar sobe na tarde desta segunda-feira (16), em um dia onde questões externas e domésticas impactam os mercados locais. Os indicadores econômicos divulgados pela China ontem a noite, com dados de indústria e varejo bem abaixo do esperado, levaram os principais mercados globais do ocidente a operar no vermelho desde suas aberturas. Somado a isso, a situação preocupante na geopolítica, com o Talibã tomando o poder no Afeganistão, fez com que o petróleo também operasse em queda. Diante de tantas tensões lá fora, a bolsa brasileira não resistiu e perdeu o patamar dos 120.000 pontos, caindo mais de 1%.

Para além do mau humor externo, os desentendimentos entre o presidente Jair Bolsonaro e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e as incertezas fiscais também impactam negativamente os mercados, tanto a bolsa quanto o câmbio. No sábado, o líder do Executivo disse que pediria o impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso. Em entrevista ao Valor, o ministro da Economia Paulo Guedes disse que o governo poderá ter que recorrer a um “shutdown”, com suspensão de funcionamento de órgãos públicos e até de salários, caso não aprove o parcelamento de precatórios.

  • Câmbio: Perto das 15h10, o dólar operava em alta de 0,22%, a R$ 5,2587
  • Bolsa: O Ibovespa caía 1,67%, a 119.174 pontos. Lideravam as perdas percentuais as ações da CVC (CVCB3), Yduqs (YDUQ3) e Embraer (EMBR3). As ações da Qualicorp (QUAL3), Suzano (SUZB3) e Ultrapar (UGPA3) eram destaques positivos
  • Destaques da bolsa: O grupo paulista Ultrapar assinou o contrato de venda da indústria química Oxiteno, em mais um passo para concluir a racionalização do seu portfólio. O acordo de venda foi fechado com a tailandesa Indorama Ventures PLC por US$ 1,3 bilhão, sendo US$ 150 milhões a ser pagos após dois anos
  • Juros: As taxas dos DIs curtos e longos sobem ainda com as tensões políticas no radar. O DI para janeiro de 2027 subia de 9,10% para 9,39%
  • Exterior: Em Nova York, o Dow Jones caía 0,02%, o S&P500 0,07% e o Nasdaq 0,46%
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Igor Sodré

Jornalista com formação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com experiência na cobertura de cultura e economia, tendo como foco mercado financeiro e companhias. Passou pela Bloomberg News e TradersClub.