Maduro e opositores buscam encerrar impasse na Venezuela

Reunião na Cidade do México deve resultar em assinatura de memorando para reuniões futuros sobre sanções internacionais e potencial ajuda financeira

Lados tentam chegar a um acordo antes das eleições de 21 de novembro
Por Alex Vasquez
13 de Agosto, 2021 | 08:40 AM

Bloomberg — Representantes do governo da Venezuela e dos partidos de oposição devem assinar um acordo que dará início a meses de amplas negociações com o objetivo de encerrar o impasse político de cinco anos e abordar o colapso econômico do país.

Durante três dias de reuniões na Cidade do México a partir de sexta-feira, os dois lados assinarão um memorando de entendimento redigido por mediadores noruegueses e pelas partes, segundo cinco pessoas com conhecimento direto das negociações.

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O memorando definirá os termos para reuniões futuras para discutir tópicos como o alívio das sanções internacionais, como administrar os ativos congelados da Venezuela no exterior, potencial para ajuda financeira, direitos humanos e o calendário para as próximas eleições, de acordo com uma das pessoas que pediu anonimato.

Os dois lados tentam chegar a um acordo antes das eleições de 21 de novembro, nas quais prefeitos e governadores do país disputam os cargos. Partidos de oposição boicotaram várias eleições anteriores, argumentando que não tinham salvaguardas eleitorais básicas para torná-las livres e justas.

Acordo de longo prazo

Stalin González, ex-vice-presidente da Assembleia Nacional que representará a oposição, disse que os lados podem retornar ao México ainda este mês para iniciar as negociações, que podem se estender por meses.

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“O regime não tem capacidade para resolver esta situação sozinho”, disse sobre o colapso econômico do país. “Vamos procurar maneiras de resolver isso e ajudar as pessoas. Tem que ser um acordo de longo prazo.”

Várias rodadas anteriores de negociações fracassaram, incluindo as conversas em Barbados em 2019, que também foram supervisionadas pela Noruega. Esta rodada tem mais chances de sucesso, já que os dois lados e governos de outros países, incluindo Estados Unidos e da União Europeia, estão mais abertos para encontrar um meio-termo em questões como assistência humanitária e direitos humanos, disse Maryhen Jiménez, cientista política da Universidade de Oxford que estuda a Venezuela.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que enviará o filho Nicolás Maduro Guerra e o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, para o México. O parlamentar governista Francisco Torrealba, o governador do estado de Miranda, Héctor Rodríguez, e uma delegação da Rússia participarão das negociações em nome do governo, segundo as pessoas.

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Representantes do governo não responderam a pedidos de comentários sobre os objetivos das negociações. Maduro pediu que as negociações levem à suspensão de todas as sanções impostas pelos EUA e pela UE, e ao reconhecimento da legitimidade de seu governo.

Seus negociadores buscarão “soluções soberanas”, incluindo um cronograma para as eleições, disse à televisão estatal na quinta-feira.

Além de González, a oposição será representada pelo ex-parlamentar e ex-prefeito de Baruta, Gerardo Blyde, um representante de cada um dos principais partidos e uma equipe de negociadores dos Países Baixos, disseram as fontes.

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Além disso, EUA, Canadá, Turquia, Alemanha e Bolívia vão monitorar as negociações, mas não terão papel ativo, disse uma das pessoas, descrevendo-os como um grupo de nações amigas.

O México foi escolhido para sediar a reunião por ser considerado território neutro por ambos os lados.

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