Após a repercussão da entrevista para a Bloomberg Línea, o ex-ministro Henrique Meirelles, atual secretário da Fazenda de São Paulo, esclareceu, em sua conta no Twitter, que não considera ser candidato a vice numa chapa com o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva.
“Minhas declarações ficaram fora de contexto em reportagem da Bloomberg Línea, dando a entender que considero a hipótese de ser vice numa candidatura de Lula em 2022. Isso não existe”, escreveu Meirelles.
Na entrevista, gravada em vídeo, Meirelles foi questionado especificamente se trabalharia novamente com Lula, como fizera em 2002, mas respondeu que “não trabalha com hipótese”. “Quando perguntado sobre o que faria se fosse novamente chamado por Lula, como fui em 2002 para assumir o Banco Central, eu repeti: ´Eu não trabalho sob hipótese. Eu não gasto tempo com isso’ “, disse.
O ex-ministro informou ainda que não tem contato com Lula e que avalia ser candidato ao Senado pelo Estado de Goiás. “Eu não tenho contato com o ex-presidente Lula há bastante tempo e fui convidado pelo meu partido, o PSD, a ser candidato ao Senado por Goiás”, esclareceu.
Na entrevista, Meirelles reconhece que os mercados e o setor produtivo têm preocupação com declarações de Lula e do PT sobre política fiscal. Ele afirma que é preciso separar “Lula e o PT” e considera que o ex-presidente está “mal assessorado” quando defende o fim do teto de gastos.
“É preciso diferenciar o que é o Lula e o que é o PT, que faz essas declarações desencontradas da realidade do país. Quando o Lula fala que quer revogar o teto dos gastos, no mínimo, ele está sendo mal assessorado”, disse.
“Economistas que se intitulam porta-vozes do PT – não sei se são – fazem declarações preocupantes porque propõem tudo aquilo que não dá certo: despesa pública elevada, [dizem que] gastar dinheiro é bom.. Esse discurso é preocupante porque a gente sabe o resultado, que aconteceu no Brasil por décadas. De tempos em tempos tinha uma crise, como ainda acontece em outros países da vizinhança”, disse.
Para o ex-ministro, essas declarações são preocupantes. “Naquela época, ele [Lula] perdeu três eleições por questões assim. Em 2002, escreveu a Carta ao Povo Brasileiro, dizendo que não era nada daquilo: esqueçam tudo que eu disse porque agora o negócio vai ser pé no chão. E, de fato, foi pelo menos do ponto de vista monetário e fiscal, no primeiro mandato”, disse.
“E agora? Será que ele vai mudar de novo? Vai escrever outra Carta ao Povo Brasileiro dizendo que aquilo que falou estava errado?”, questiona.