São Paulo — O agronegócio nunca entregou tantos dólares ao Brasil como no mês de julho. O saldo da balança comercial do setor superou os US$ 10 bilhões. No mês passado, a receita com as exportações somou US$ 11,29 bilhões, o melhor desempenho da série histórica, com um crescimento de 15,8% sobre julho do ano passado.
O aumento da receita com as vendas externas, no entanto, não foi porque o Brasil exportou mais. Ao contrário. O volume da maioria dos produtos exportados recuou O desempenho positivo se deve ao aumento dos preços das principais commodities agrícolas no mercado internacional, que seguem elevados.
Os preços médios da soja em grão e do farelo subiram 32% em comparação a julho do ano passado. No caso do óleo, a alta foi de 86%. O volume embarcado de milho recuou 50%, mas, quem exportou, viu os preços do cereal se valorizarem 27,6%.
Principais destaques
Os principais destaques do mês passado foram as vendas do complexo soja, que engloba o grão, o farelo e o óleo, das carnes e também dos produtos florestais. No caso da soja e seus derivados, as exportações superaram a marca de US$ 5 bilhões, com crescimento de 21% sobre julho de 2020. Em volume, no entanto, houve uma retração de 8,8% para 10,7 milhões de toneladas.
No caso das carnes (bovina, suína e de frango), a receita com as vendas externas cresceu 35% e superou o patamar de US$ 2 bilhões. Em volume, os embarques aumentaram 8,8% para 732 mil toneladas, com destaque para a carne de frango, que cresceu 15,4%, enquanto a quantidade de carne bovina exportada recuou 1,5% e a de suínos 1,8%.
Acumulado do ano
Entre janeiro e julho deste ano, as exportações do agronegócio renderam ao Brasil US$ 72,7 bilhões, 20% a mais do que nos primeiros sete meses de 2020. Com importações de US$ 8,74 bilhões nesse período, o saldo da balança do agronegócio foi de US$ 63,9 bilhões, 19,7% maior do que entre janeiro e julho do ano passado.