São Paulo — As vendas no varejo brasileiro tiveram queda mensal de 1,7% em junho, abaixo do consenso Bloomberg de alta de 0,5%. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 5,9%. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- Segundo o instituto, foi a maior retração do setor neste ano e a segunda maior para um mês de junho desde o início da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), em 2000.
- Com o resultado, o varejo se encontra 2,6% acima do patamar pré-pandemia.
- No primeiro semestre, o setor acumula alta de 6,7%
Segundo André Perfeito, economista-chefe da Necton, o resultado pode ser explicado em parte por revisões para cima do mês anterior, que saiu de uma alta de 1,4% para uma alta de 2,7% no varejo de maio.
“O mesmo não pode ser dito do Varejo Ampliado, que teve revisão para baixo, de 3,8% positivo para 3,2%”, pontua.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE? Diante do avanço da vacinação no país, todos os olhos se voltam para indicadores econômicos que atestem a retomada da economia brasileira. A queda inesperada nas vendas no varejo pode sinalizar uma recuperação mais lenta que o esperado, o que vai de encontro com as últimas declarações do Banco Central de que a atividade do país ainda se encontra em compasso lento e posso pressionar o governo central a adotar mais medidas de estímulo.
- Segundo o IBGE, dentre as categorias analisadas, a queda mais intensa foi do setor de tecidos, vestuário e calçados (-3,6%), que havia registrado aumentos em abril (16,3%) e maio (10,2%)
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,6%), combustíveis e lubrificantes (-1,2%), e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5) também recuaram na passagem de maio para junho.