Presidente do Fed de Kansas City defende redução do estímulo

Esther George citou expectativas de ganhos contínuos no mercado de trabalho americano

George, que não vota sobre política monetária este ano, sugeriu que esse progresso “substancial” já teria sido alcançado ou estaria muito próximo
Por Steve Matthews
11 de Agosto, 2021 | 02:32 PM

Bloomberg — A presidente do Federal Reserve de Kansas City, Esther George, disse que o banco central dos Estados Unidos precisa avançar na redução do estímulo monetário, citando expectativas de ganhos contínuos no mercado de trabalho.

“Agora, com a recuperação em andamento, a transição de uma acomodação extraordinária da política monetária para uma configuração mais neutra deve ter seguimento”, disse George no texto de um discurso virtual para a National Association for Business Economics na quarta-feira. “A economia apertada de hoje, conforme descrevi anteriormente, certamente não exige uma política monetária apertada, mas sinaliza que chegou a hora de desacelerar a configuração.”

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Na reunião de julho, autoridades do Fed começaram a debater quando e como devem reduzir as compras de ativos. O Fed compra atualmente US$ 120 bilhões em ativos por mês - US$ 80 bilhões em Treasuries e US$ 40 bilhões em dívida lastreada em hipotecas - e se comprometeu a manter esse ritmo até que um “progresso substancial” seja alcançado rumo às metas de pleno emprego e inflação de 2%.

George, que não vota sobre política monetária este ano, sugeriu que esse progresso “substancial” já teria sido alcançado ou estaria muito próximo.

“Embora reconhecendo que fatores especiais são responsáveis por grande parte da atual aceleração da inflação, a expectativa de continuidade da forte demanda, a recuperação do mercado de trabalho e as expectativas de inflação firmes são consistentes, a meu ver, com o ‘guidance' do comitê quanto a avanços substanciais em direção a seus objetivos”, disse. “Eu apoio o fim das compras de ativos nessas condições.”

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Pleno emprego?

A líder do Fed de Kansas City disse que está satisfeita com os recentes dados sobre o mercado de trabalho, como os 943 mil empregos criados no mês passado e acrescentou que “mudanças estruturais” podem afetar a forma de avaliar o pleno emprego. Embora a taxa de desemprego tenha caído para a mínima de 5,4% na pandemia, está muito acima da marca de 3,5% anterior à Covid-19. O número de pessoas empregadas permanece 5,7 milhões abaixo dos níveis pré-pandemia.

“Embora esteja claro que permanecemos longe dos níveis históricos de desemprego alcançados antes da pandemia, é menos claro para mim que tal referência será o melhor indicador na expansão atual”, disse George.

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George destacou que existem riscos com o avanço da variante delta, o que pode deixar consumidores mais cautelosos. Também pode ter um impacto nas cadeias de suprimentos, avalia.

Não há nenhuma conexão mecânica entre diminuir as compras de ativos e aumentar as taxas de juros, disse George. O Fed se comprometeu a manter os juros perto de zero “até que as condições do mercado de trabalho tenham atingido níveis consistentes com as avaliações do comitê de pleno emprego e inflação na trajetória para superar moderadamente 2% por algum tempo”.

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