Bloomberg — Com os gargalos globais de logística, toneladas de carne estão paradas nos portos brasileiros, o que afeta as margens de lucro da segunda maior produtora mundial de carne bovina.
A falta de contêineres refrigerados e espaço suficiente nos navios de carga pesou sobre as margens operacionais da unidade da América do Sul da Marfrig Global Foods, que encolheram para 3,6% no segundo trimestre em relação a 13,9% um ano antes, disse o CEO Miguel Gularte em entrevista. As margens teriam sido até 2,5 pontos percentuais mais altas se a carne bovina não tivesse ficado parada nos armazéns por causa de problemas logísticos, disse.
Os gargalos trazem mais problemas para o setor frigorífico no Brasil, que enfrenta preços recordes do gado e o menor consumo doméstico em décadas. Maior exportador de diversos produtos agrícolas, o país sente o impacto da escassez de contêineres desde o ano passado, com o aumento dos custos logísticos que pressionam a inflação dos alimentos.
“Tivemos um apagão logístico no segundo trimestre”, disse Gularte, acrescentando que o problema de lentidão nos embarques ainda persiste neste trimestre, apesar de algumas pequenas melhorias.
A crise logística também aumentou o tempo de transporte de cargas de carne bovina da Minerva, disse na segunda-feira o diretor-presidente da empresa, Fernando Galletti de Queiroz, sem dar mais detalhes. As exportações de celulose também foram afetadas, e as vendas de café para o exterior caem há vários meses seguidos devido ao mesmo problema.
“Nossa expectativa é que esta situação se normalize apenas ao longo do quarto trimestre”, disse Gularte.
Nos Estados Unidos, que respondem por 96% do resultado operacional global da empresa, a Marfrig teve lucro recorde antes de alguns itens.
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