Sócios da CCR liberam Andrade Gutierrez a vender participação para gestora IG4 Capital

Acionistas decidem não exercer direito de preferência na compra de fatia de 14,86% das ações detidas pela Andrade Gutierrez no negócio

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São Paulo — Os sócios controladores da CCR, operadora de concessões de infraestrutura e mobilidade urbana, deram o sinal verde para a saída da empreiteira mineira Andrade Gutierrez da estrutura acionária da companhia. Nesta segunda-feira (9), a CCR divulgou que os acionistas não vão exercer o direito de preferência na compra de 14,86% da participação detida pela Andrade Gutierrez, abrindo o caminho para a venda dessa fatia para a empresa de private equity IG4 Capital.

A intenção da Andrade Gutierrez de vender sua participação foi divulgada pela CCR no último dia 7 de maio. O acordo de acionistas da CCR indicava um prazo de 30 dias para os outros dois acionistas controladores, a Camargo Corrêa (grupo Mover Participações, dono de 14,86% da companhia) e Soares Penido (que detém 15,05% da CCR), de exercer ou não o direito de preferência para adquirir a fatia.

“A companhia recebeu, no dia 7 de agosto, carta enviada pela acionista Andrade Gutierrez Participações S.A., com cópia aos demais signatários do Acordo de Acionistas, por meio da qual a AG Participações comunica que foi recusada pelas partes ofertadas o exercício de seu direito de preferência, dado que o prazo de exercício transcorreu sem que houve o aceite a oferta, conforme os termos previstos em referido acordo”, informou a CCR, em comunicado ao mercado.

A participação de 14,86% na gigante de concessões de infraestrutura era considerada a “joia da coroa” da Andrade Gutierrez, que está livre agora para a venda das ações para a gestora IG4 Capital.

Fundada por Paulo Mattos em 2016, a IG4 atua no setor de infraestrutura no país, controlando a Iguá Saneamento, que atraiu aportes bilionários de fundos canadenses e venceu a disputa por um dos blocos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) em abril.

Desde 2020, a IG4 também é dona de uma das principais empresas de infraestrutua do Peru, o Graña y Montero, além do Corredor Logística e Infraestrutura (CLI), que opera grãos no porto de Itaqui (MA), além de outros investimentos em outros setores.