Marcopolo paralisa fábricas e concede férias coletivas por falta de componentes eletrônicos

Fabricante de carrocerias de ônibus informa que força de trabalho ficará em casa a partir do próximo dia 23 de agosto

Marcopolo expressa otimismo com economia, apesar da paralisação de unidades por até 30 dias
06 de Agosto, 2021 | 11:41 AM

São Paulo — A fabricante de carrocerias para ônibus Marcopolo, sediada em Caxias do Sul (RS), decidiu conceder férias coletivas em suas unidades industriais no Brasil a partir do próximo dia 23 de agosto. Em comunicado aos seus acionistas e ao mercado, a companhia atribuiu a decisão à “falta de determinados componentes eletrônicos associados ao seu processo produtivo”.

As férias coletivas na planta San Marino vão durar 20 dias, enquanto as unidades de Ana Rech e São Mateus vão parar por 30 dias.

Apesar da concessão de férias coletivas, a Marcopolo ainda expressa otimismo com o cenário econômico.

“Começamos a perceber sinais de recuperação da confiança de clientes e usuários. Um dos indicativos é o aumento do interesse de compra e maior uso das frotas paradas, o que deve levar a compras efetivas mais adiante. A companhia segue confiante de que a demanda retornará de forma mais intensa no fim do terceiro trimestre, com boas perspectivas para o quarto trimestre, quando a maioria da população brasileira deverá ter tomado a primeira dose da vacina contra Covid-19”, observou José Antonio Valiati, CFO e Diretor de Relações com Investidores da Marcopolo, ao comentar o resultado do segundo trimestre.

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De abril a junho, a Marcopolo teve um crescimento de produção acima do percentual registrado no mercado nacional. No segundo trimestre, o Brasil registrou um aumento de 4,7%, com 3.456 unidades produzidas, no comparativo ao segundo trimestre de 2020. No mesmo período, a Marcopolo atingiu um crescimento de 21,6%, com 2.483 unidades produzidas nas unidades brasileiras, incluindo a produção de modelos Volare.

A receita líquida da companhia somou R$ 823,7 milhões no 2T21, aumento de 3,2% ante o 2T20. O lucro bruto atingiu R$ 60,5 milhões, com margem de 7,4%. O EBITDA totalizou R$ 140,5 milhões, com margem de 17,1%. O lucro líquido foi de R$ 200,9 milhões, com margem de 24,4%, beneficiado pelo reconhecimento dos processos de exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, que representaram impacto positivo de R$ 383,0 milhões, antes de impostos.

Caminho da Escola

O setor de fretamento está entre os segmentos que contribuíram positivamente com o desempenho da companhia no segundo trimestre, seguido pelos modelos entregue ao programa Caminho da Escola.

No segundo trimestre, com o programa federal Caminho da Escola, a Marcopolo entregou 368 unidades, sendo 120 micros, 18 urbanos e 230 modelos Volare. Em junho deste ano, foi realizada uma nova licitação, pela qual a companhia terá o direito de 3.900 unidades, do total de 7.000 ônibus licitados.

“Aguardamos a homologação desta licitação para iniciar a produção. Além disso, seguimos otimistas com o avanço da vacinação, a reabertura das escolas e universidades e a retomada do segmento turismo”, afirmou o CFO.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.