Bloomberg — A Didi Global, dona no Brasil da 99 Táxi, avalia abrir mão do controle de seus dados mais valiosos como parte das medidas para encerrar uma investigação do governo chinês na esteira de sua polêmica oferta pública inicial nos Estados Unidos, disseram pessoas a par do assunto.
A gigante de aplicativo de transporte apresentou uma série de propostas para apaziguar a poderosa agência reguladora da Internet, que incluem ceder o gerenciamento de seus dados a um terceiro do setor privado, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Os reguladores sinalizaram preferência que esse terceiro seja controlado pelo estado, disse uma das pessoas. Não se sabe como a medida impactaria o acesso da Didi aos dados, o que é crucial para ajudar a empresa a administrar os 25 milhões de viagens por dia entre cerca de 400 milhões de passageiros e motoristas.
Também não está claro se as propostas vão satisfazer a agência. A Didi tenta garantir sua sobrevivência depois de levar em frente um IPO nos EUA apesar das objeções de autoridades, preocupadas que uma listagem no exterior pudesse vazar dados e ameaçar a segurança nacional.
Os reguladores avaliam uma série de possíveis penalidades, incluindo multa, suspensão de certas operações ou introdução de um investidor estatal, disseram as pessoas. Uma proposta em análise seria trazer uma estatal com participação maior do que as fatias dos principais acionistas SoftBank e Uber Technologies, disse uma das pessoas. Também é possível uma privatização forçada e o fechamento de capital ou retirar as ações da Didi negociadas dos EUA, embora não esteja claro como tal opção seria colocada em prática.
A Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês) não respondeu a um pedido de comentário enviado por fax, e representantes da Didi não responderam a mensagens e ligações para comentar as informações.
As deliberações estão em fase preliminar, e os resultados provavelmente não serão finalizados antes de semanas ou mesmo meses de revisão, segundo as fontes. Mas o governo chinês deve impor sanções mais duras à Didi do que ao Alibaba, que teve de pagar uma multa recorde de US$ 2,8 bilhões após uma investigação antitruste de meses e que concordou em tomar medidas para proteger comerciantes e clientes, disseram as pessoas.
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