Opinión - Bloomberg

Contra ‘fadiga do Zoom’, empresa investe em startups de tradução em tempo real e call center

Combinação de facilidade de uso, confiabilidade e abrangência tornou aplicativo padrão para setor corporativo

A pandemia pode ter sido providencial para alavancar a empresa, mas será que o mundo pós-Covid tem espaço para a Zoom?
Tempo de leitura: 2 minutos

Bloomberg Opinion — A pandemia transformou a Zoom Video Communications Inc. de uma novata desconexa em uma gigante de videoconferências, avaliada em mais de US$ 115 bilhões e fundamental para a vida de milhões de trabalhadores remotos e outros usuários socialmente distantes. Agora, já que as taxas de vacinação contra Covid-19 permitem um retorno à rotina normal, a pergunta óbvia é: o que vem a seguir? A resposta pode ser muito mais que uma videochamada.

Este ano caminha para ser um momento crucial para o Zoom. Observadores da indústria questionaram se a demanda pelo serviço principal da empresa diminuirá conforme a economia reabre hesitante e os usuários reclamam da “fadiga do Zoom”. Mas há sinais de que seu negócio de conferência será durável. Falando por experiência própria, a grande maioria das minhas teleconferências externas agora são realizadas por Zoom. E não estou sozinho nessa. A combinação de facilidade de uso, confiabilidade e abrangência tornou o Zoom o padrão para as empresas. Os números constatam isso também. Os dados de cartão de crédito mais recentes mostram que os gastos com a empresa ainda estão aumentando.

A participação da Zoom no mercado de videoconferência aumentou 10 pontos percentuais, chegando a 76% no trimestre de junho em relação ao período anterior, com crescimento do faturamento em cada um dos três meses, de acordo com a KeyBanc Capital Markets. E parece que as grandes empresas de tecnologia estão desistindo de tentar derrotar a Zoom. Por exemplo, o Google Meet da Alphabet Inc. recentemente adicionou um limite de uma hora para chamadas em grupo não pagas. O fim do serviço gratuito ilimitado da gigante da tecnologia para três ou mais usuários pode levar clientes adicionais ao Zoom.

E a Zoom tem outros negócios além da videoconferência. Considere o mercado relativamente dormente de sistemas de telefonia corporativa tradicionalmente dominado pela Cisco Systems Inc. e pela Avaya Holdings Corp. O Zoom Phone rapidamente adquiriu participação de mercado nessa categoria. Duas aquisições recentes devem acelerar seu progresso.

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Em junho, a Zoom concordou em adquirir a Kites GmbH, startup que se especializa em traduções em tempo real. Além disso, a aquisição da fabricante de software para call centers Five9, que possui 2 mil clientes em todo o mundo, por US$ 14,7 bilhões também amplia a base de clientes da empresa. No mês passado, ocorreu o lançamento duplo do Zoom Events e do Zoom Apps. O Events permite que as empresas realizem grandes encontros virtuais internos ou feiras de negócios e pode ser um sucesso. Mas a plataforma do Apps pode ser ainda mais importante para o futuro da empresa.

Mais de 50 apps já estão no Zoom, desde jogos, aplicativos para brainstorming e workspaces com armazenamento em nuvem até pesquisas em tempo real. Conforme se desenvolve um ecossistema maior de aplicativos, a plataforma pode consolidar ainda mais a posição dominante do Zoom e aumentar a aderência de seu serviço.

Com a Zoom projetando todos esses produtos em mercados adjacentes, seus concorrentes deveriam se preocupar. Está claro que a empresa não está satisfeita com conquistar o setor de videoconferências. Tem mais por vir.

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