Bloomberg — Trabalhadores e clientes precisarão apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid-19 para poder permanecer em restaurantes, academias e locais de entretenimento com ambientes fechados, declarou o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, nesta terça-feira (3).
De Blasio anunciou o “Key to NYC Pass”, o que ele disse ser a primeira exigência nos EUA para funcionários e frequentadores de espaços internos. A política, promulgada por meio de uma ordem executiva do prefeito e uma ordem do departamento de saúde, será lançada em 16 de agosto e implementada em etapas, com início em 13 de setembro.
“Nem todos concordarão, eu entendo”, disse de Blasio na segunda-feira em um briefing sobre o vírus. “Mas para muitos, será um ato que vai salvar vidas”.
De Blasio disse que espera que a exigência seja modelo para o resto do país. Ele foi acompanhado virtualmente por especialistas nacionais em saúde, incluindo o ex-conselheiro de Covid-19 da Casa Branca, Andy Slavitt.
“O resto do país vai seguir o modelo”, disse Slavitt. “Essa vai ser a diferença entre outro ano ruim e um ano em que as pessoas recuperarão suas vidas”.
A decisão de de Blasio é a medida mais recente para incentivar os novaiorquinos a se vacinarem. O prefeito exige que os trabalhadores da cidade se vacinem contra o Covid-19 ou façam testes semanalmente, já os novos funcionários contratados pela cidade devem se vacinar.
“É uma questão de vacinação”, disse o prefeito. “Sabemos que decretos fortes e claros ajudam”.
Em 3 de agosto, 66,2% dos residentes da cidade de Nova York estavam totalmente vacinados, de acordo com dados da cidade. Ainda assim, os casos estão aumentando com a disseminação da cepa delta, que representa 72% dos casos da cidade de Nova York nas últimas quatro semanas.
Alguns dos restaurantes mais famosos de Nova York já exigem o comprovante de vacinação, incluindo o Gramercy Tavern e o Union Square Cafe. Os estabelecimentos da Broadway também.
O Equinox Group disse na segunda-feira que os membros, frequentadores e funcionários serão obrigados a mostrar o comprovante de vacinação para entrar nas academias Equinox, nos estúdios SoulCycle e nos escritórios corporativos na cidade de Nova York a partir do início de setembro.
“Os líderes do setor privado abriram caminho”, disse de Blasio.
De Blasio tem foco nas exigências de vacina, em vez de máscaras, para lidar com a cepa Delta. O prefeito parou de impor o uso de máscaras em locais fechados para residentes vacinados, alegando que deseja preservar um incentivo para que as pessoas tomem suas vacinas. A cidade também ofereceu incentivos de US$ 100, que 11 mil nova-iorquinos receberam, declarou o prefeito.
O estado de Nova York lançou neste ano um passaporte digital de vacinação chamado Excelsior Pass, semelhante a um cartão de embarque de uma companhia aérea, que as empresas e restaurantes podem escanear para verificar a prova de resultados negativos dos testes Covid-19 ou o comprovante de vacinação.
A cidade de Nova York, o epicentro inicial da pandemia de coronavírus, busca equilibrar a reabertura de sua economia com um aumento recente de casos, principalmente entre os não vacinados. A média de sete dias de novos casos na cidade subiu para 1.288 em 1º de agosto, em comparação com 709 em 19 de julho. As hospitalizações também estão subindo, porém em um ritmo muito mais lento.
“As vacinas são o caminho para a reabertura de negócios e escritórios”, disse Celine Grounder, epidemiologista que aconselhou o governo Biden, no briefing de de Blasio. “Qualquer coisa para encorajar as pessoas a se vacinarem e a voltarem à vida como nova-iorquinos”.
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