Bloomberg — A Votorantim está em busca de ativos de cobre de olho na maior demanda pelo metal com a transição para a energia limpa.
A Nexa Resources - unidade do grupo que é a quarta maior produtora de zinco do mundo - quer aumentar a exposição ao cobre e avalia a expansão de suas minas existentes, bem como novos projetos e possíveis aquisições, disse o diretor financeiro, Rodrigo Menck.
“Temos interesse primordial em cobre, um metal mais perseguido pelos investidores com a eletrificação”, disse em entrevista.
A empresa tem como objetivo ativos menores que possam se adequar à sua capacidade financeira e agregar valor aos acionistas. Com minas e fundições no Brasil e no Peru, a Nexa estuda projetos nas Américas e na África com a aposta de que as iniciativas para impulsionar energias renováveis e veículos elétricos devem elevar a demanda por um dos metais mais utilizados como condutores.A Nexa conduz um projeto de exploração mineral de cobre na Namíbia, com um horizonte de cinco anos, e acaba de abrir uma subsidiária no Equador, que Menck chama de “a nova fronteira de exploração mineral”.
As restrições da pandemia paralisaram minas da Nexa no Peru no ano passado, enquanto a demanda reduzida desacelerou a fundição de Juiz de Fora. Um ano depois, os volumes de produção mostram recuperação, embora a Covid-19 continue sendo uma preocupação, disse.
Os custos e impactos relacionados ao coronavírus aumentaram o orçamento de despesas de capital da empresa (capex) para 2021 em cerca de 13%, para US$ 510 milhões, principalmente no projeto Aripuanã. O primeiro desenvolvimento greenfield da Nexa está no prazo para iniciar a produção no início do próximo ano a uma taxa anual de 120 mil toneladas de zinco equivalente.
Alavancagem de gastos
Apesar do alto nível de incerteza no curto prazo, a Nexa tem uma visão de longo prazo positiva para o zinco e o cobre em meio à recuperação econômica pós-pandemia, o impacto limitado dos esforços da China para esfriar os preços e a falta de novos suprimentos significativos entrando no mercado.
No segundo semestre deste ano, Menck espera que o zinco seja cotado a uma média de US$ 2.700 a US$ 3.000 a tonelada, e o cobre entre US$ 8.500 e US$ 9.700 a tonelada. Os metais são negociados em cerca de US$ 3.000 e US$ 9.700 atualmente.
Os preços em alta e maior produção no último trimestre ajudaram a Nexa a reduzir o endividamento para 1,19 vez o Ebitda, o que abre espaço para novos investimentos.
A lista de possíveis projetos da Nexa incluem a mina de cobre Magistral no Peru e Bonsucesso, um desenvolvimento subterrâneo para estender a vida útil da mina Morro Agudo, em Minas Gerais.
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