Bloomberg — A Chevron monitora com cautela a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, que têm capacidade para exportar milhões de barris a mais enquanto a Covid-19 continua ameaçando o crescimento econômico que impulsionou a disparada da cotação da commodity este ano.
“A Opep+ vê limitação de 6 milhões de barris por dia”, disse o diretor financeiro, Pierre Breber, em entrevista. “É um motivo para cautela. Os preços do petróleo estão bons, mas há uma variante do vírus por aí.”
Com a demanda por petróleo voltando com força um ano e meio após a chegada da pandemia, meteorologistas e executivos do setor de energia enxergam potencial para o barril voltar a US$ 100. As grandes petrolíferas estão despejando dinheiro no bolso dos investidores: a Chevron hoje anunciou uma recompra anual de ações envolvendo até US$ 3 bilhões e no início do ano se tornou a primeira grande petrolífera do Ocidente a elevar os dividendos acima dos níveis pré-pandêmicos.
Mas a companhia sediada na Califórnia adotou uma abordagem conservadora diante dos riscos associados ao aumento de quase 50% do preço do petróleo este ano para mais de US$ 75.
“Com preços acima de US$ 70, podemos devolver o excesso de dinheiro em caixa, mas também devemos reduzir a dívida porque esses preços são altos demais para um meio de ciclo”, disse Breber. A recompra “na verdade é um espaço que nos permite continuar quitando dívidas”.
Até agora, a Chevron não espera que a variante delta afete significativamente a recuperação da demanda por combustíveis para motores e outros derivados de petróleo.
“A demanda está quase totalmente recuperada em todos os segmentos, exceto querosene de aviação”, disse Breber. “As viagens internacionais foram claramente afetadas, mas vemos forte demanda por outros produtos.”
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