Parques Yellowstone e Zion lotam no pós-pandemia nos EUA

Depois de pandemia, turistas quebram recordes mensais de visitas em parques como Yellowstone e Zion

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Com o enorme interesse dos turistas pelos parques nacionais dos EUA no pós-pandemia, parlamentares tentam descobrir como preservar a natureza e a experiência do visitante em meio ao aumento do trânsito, das multidões e dos tempos de espera.

“Yosemite é um dos lugares mais espetaculares do mundo, mas posso garantir que as pessoas presas naquele engarrafamento não estavam gostando”, disse um senador independente do Maine, Angus King, na quarta-feira, enquanto mostrava a foto da fila de veículos em uma montanha ao Subcomitê de Parques Nacionais do Comitê de Energia e Recursos Naturais do Senado.

O turismo em parques nacionais tem crescido de forma contínua há décadas e se acelerou nos anos 2010. Após uma breve pausa na pandemia, os turistas voltaram e estão quebrando recordes mensais de visitas em parques como Yellowstone e Zion. Somente em junho, mais de 31 milhões de pessoas acessaram o website do Serviço de Parques Nacionais.

Tanto interesse provoca filas de espera de várias horas em determinadas trilhas, aumenta o lixo, perturba animais selvagens e intensifica a destruição de artefatos indígenas, explicou Kristen Brengel, vice-presidente sênior da Associação de Conservação de Parques Nacionais, ao subcomitê.

“O aumento da visitação é um dos maiores desafios que o Serviço de Parques Nacionais já enfrentou”, disse ela.

Soluções

Os congestionamentos mais severos geralmente acontecem em poucos parques famosos, argumentou o senador republicano Steve Daines, de Montana. Incentivar visitas a alguns dos outros 423 locais supervisionados pelo Serviço Nacional de Parques poderia aliviar a aglomeração nos destinos mais populares, segundo ele.

A falta de funcionários em todo o sistema, no entanto, deixa os parques menores despreparados para atender um excesso de demanda, acrescentou Brengel. Entre 2011 e 2019, quando o crescimento foi bastante acelerado, o Serviço de Parques Nacionais perdeu 16% de seu quadro de pessoal, afirmou ela.

Alguns parques implementaram o sistema de ingresso com reserva de horários para equalizar a demanda ao longo do dia. O sistema melhorou a situação no Parque Nacional Glacier, em Montana, embora tenha irritado quem não reservou ingresso, disse Kevin Gartland, diretor-executivo da Câmara de Comércio de Whitefish, uma cidadezinha turística próxima ao parque.

Para aliviar os gargalos de estacionamento e tráfego, parques como o de Acadia, no Maine, restringiram a entrada de veículos particulares e oferecem transporte em certas áreas. “Frequentemente, falamos que há gente demais, mas na verdade, estamos falando de excesso de veículos”, disse King.

Os parques nacionais poderiam expandir o serviço de transporte por meio dos pacotes de infraestrutura ou transporte terrestre que estão em negociação no Congresso, disse Brengel aos senadores. “É aqui que precisamos da sua ajuda.”

Experiência diminuída

A professora Jenn Tyler, da Pensilvânia, visita parques nacionais dos EUA em férias com a família desde o início dos anos 2000.

Em entrevista à Bloomberg, ela contou que nunca viu os parques tão lotados como nos últimos tempos.

Em uma viagem em junho ao Parque Nacional de Great Smoky Mountains, no Tennessee, ela passou horas no trânsito para percorrer o trajeto de 16 quilômetros em torno do parque. Para acessar as trilhas, as pessoas paravam os carros na estrada e a mais de um quilômetro e meio de distância dos estacionamentos regulares. Em 2014 e 2016, essas trilhas eram facilmente acessíveis.

“Foi tão ruim que decidimos não ir mais”, diz Tyler.

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