Vale tem forte crescimento no lucro mas receitas decepcionam no segundo trimestre

Ebitda ajustado veio bem acima do registrado no ano anterior, mas abaixo das estimativas dos analistas

28 de Julho, 2021 | 09:53 PM

São Paulo — A Vale divulgou lucro líquido de US$ 7,59 bilhões no segundo trimestre deste ano, resultado 663% superior ao do mesmo período do ano anterior. As receitas operacionais, no entanto, somaram US$ 16,68 bilhões e ficaram abaixo da expectativa média de US$ 17,02 bilhões dos analistas do Bloomberg Consensus, que variava de US$ 16,44 bilhões a US$ 17,9 9 bilhões.

A mineradora reportou ainda Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ajustado de US$$ 11,04 bilhões, 228% maior do que o visto um ano antes, mas também abaixo da previsão média de US$ 11,96 bilhões dos analistas.

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Segundo a Vale, o forte crescimento no lucro se deve basicamente ao aumento de preços dos minérios e dos resultados financeiros, particularmente relacionados à valorização cambial do real e da marcação a mercado das debêntures participativas, além do impacto do Ebitda proforma do período.

A Vale destacou que o Editda ajustado do segmento de minerais ferrosos totalizou um recorde de US$ 10,679 bilhões, impulsionado pelo aumento de preços e maiores volumes. Já o EBITDA ajustado por tonelada de minerais ferrosos, excluindo manganês e ferroligas, totalizou US$ 142,5/t, um aumento de US$ 23,6/t quando comparado ao primeiro trimestre deste ano.

Por outro lado, esses efeitos foram parcialmente compensados pelo menor resultado de participações, após a atualização das premissas utilizadas para estimar os custos relacionados aos programas de reparação da Fundação Renova, decorrente do acidente de Mariana. “Essa revisão periódica resultou em uma provisão adicional de US$ 560 milhões, que corresponde à responsabilidade proporcional da Vale em relação a Fundação Renova”, informou a empresa.

Também pesaram os efeitos contábeis associados ao segmento de carvão, após a conclusão da aquisição dos ativos da Mitsui, redução na produção e outros ajustes dessa linha de negócios.

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.

Igor Sodré

Jornalista com formação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com experiência na cobertura de cultura e economia, tendo como foco mercado financeiro e companhias. Passou pela Bloomberg News e TradersClub.