Monsanto deve pagar US$ 185 milhões a professores por exposição a composto químico banido

Hoje controlada pela Bayer, empresa foi condenada por um júri de Washington a pagar US$ 50 milhões em danos emergentes e US$ 135 milhões por danos punitivos. Bayer discorda do veredito e planeja recorrer

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Bloomberg — A Monsanto, unidade da Bayer AG, deve pagar US$ 185 milhões a três professores que alegaram ter desenvolvido lesões cerebrais devido à exposição às bifenilas policloradas (PCBs) da empresa em uma escola no estado do estado de Washington, nos EUA.

Um júri em Seattle adjudicou US$ 50,1 milhões em danos emergentes e US$ 135 milhões em danos punitivos a serem pagos aos professores após um julgamento de seis semanas, transmitido pela emissora Courtroom View Network. O júri deliberou por um dia e meio antes de chegar a um veredito na terça-feira à tarde.

Os professores alegaram exposição a PCBs contidas nas luzes fluorescentes do Sky Valley Education Center em Monroe, no estado de Washington, e na calafetagem das paredes. Eles também alegaram que o Snohomish Health District estava ciente da presença de PCBs na escola muito antes de praticar a ação de reparação.

A Bayer declarou que não concordou com o veredito do júri e planeja recorrer se necessário.

“As evidências não contestadas do caso não corroboram as conclusões de que os autores foram expostos a níveis não seguros de PCBs no Sky Valley Education Center (SVEC) e que qualquer exposição possivelmente causou as supostas lesões”, afirmou a Bayer em declaração por e-mail. “Na realidade, os testes refletiram níveis extremamente baixos de PCBs na escola”.

Reivindicações em outras cidades

A Bayer concordou separadamente em pagar US$ 650 milhões a centenas de cidades, condados e portos dos EUA que abriram processos por contaminação tóxica por PCB. A proposta recebeu críticas de um juiz federal de Los Angeles. A Bayer também tem reivindicações de agricultores e consumidores que alegam que o pesticida Roundup causa câncer.

O litígio do Roundup e das PCBs continua sendo um obstáculo persistente para a Bayer no que diz respeito à aquisição da Monsanto enquanto os acordos se arrastam.

As PCBs foram fabricadas exclusivamente pela Monsanto e utilizadas para refrigerar equipamentos elétricos pesados antes de serem banidas nos anos 70. Os produtos químicos não biodegradáveis às vezes contaminavam as fábricas, e os poluentes iam para o solo. As PCBs chegavam a grandes corpos de água durante as chuvas, matando peixes e tornando a água um perigo à saúde.

O júri do estado de Washington considerou que os produtos da Monsanto não eram seguros e não tinham rótulos adequados com as advertências.

O júri adjudicou aos três professores US$ 15 milhões, US$ 17 milhões e US$ 18 milhões em danos emergentes e US$ 45 milhões em danos punitivos a cada um deles.

Esse foi o primeiro caso de danos pessoais a ir a julgamento “envolvendo um número relativamente pequeno de aproximadamente 200 reivindicações relacionadas a lesões devido à exposição a PCBs em uma única escola – a SVEC – com origem na iluminação fluorescente de décadas atrás”, afirmou a Bayer em uma declaração. “Essas luzes já não estavam em vida útil há décadas, eram obsoletas e ineficientes energeticamente”.

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