Guedes e João Roma dizem que governo vai apresentar MP para substituto do Bolsa Família em agosto

Novo programa social deve reunir beneficiários do Bolsa Família e de outras ações do governo e ser implementado após fim do auxílio emergencial. Valores ainda não estão definidos.

Programas sociais devem ser reformulados por Medida Provisória
28 de Julho, 2021 | 12:38 PM

São Paulo — Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Cidadania, João Roma, disseram nesta quarta (28) que o governo está preparando uma Medida Provisória, que deve ser apresentada ao Congresso no início de agosto, para reestruturar os programas sociais a partir de novembro, quando termina a atual rodada do auxílio emergencial.

Na entrevista, Guedes disse que os gastos sociais não vão estourar o teto de gastos. “O teto foi criado exatamente para evitar o descontrole. Os programas sociais estão inteiramente dentro dessa filosofia”, disse o ministro.

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Conforme João Roma, a expectativa é apresentar um programa único, reformulando projetos já existentes. Microcrédito e capacitação para pessoas em situação de vulnerabilidade também devem ser incluídos.

POR QUE ISTO É IMPORTANTE: O gasto social do governo cresceu fortemente durante a pandemia com a concessão de auxílio emergencial. A reformulação do Bolsa Família é uma demanda também política já que o presidente pretende ter um novo programa social como vitrine em sua campanha para a reeleição. Atualmente, o Bolsa Família inclui 14,6 milhões de beneficiários, e o governo avalia expandi-lo para 17 milhões.

“Em novembro, entraremos com a reformulação dos programas sociais do governo, com a última parcela do auxílio emergencial sendo paga em outubro. Vamos reestruturar o Bolsa Família e o programa de aquisição de alimentos, para apresentar à população um programa fortalecido e ampliado”, disse Roma.

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CONTEXTO: O ministro da Cidadania disse que o novo programa deve fortalecer a transferência de renda e ampliar a quantidade de beneficiários. Questionado sobre valores, Roma disse que a pasta ainda não chegou a um acordo com o Ministério da Economia, e que está sendo buscado um valor que se atenha ao compromisso de responsabilidade fiscal.

“Ticket médio e valores serão eventualmente tratados com a área econômica mais à frente. Pretendemos que esse valor seja o máximo possível para ser eficaz para a população. O presidente falou em aumento de cerca de 50% do valor [em relação ao Bolsa Família], esperamos que chegue a isso ou até mais. Mas ainda faltam ajustes operacionais com a Dataprev e Caixa Econômica.”

“Todos os cálculos apresentados na proposta do ministro João Roma são extremamente responsáveis, dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, respeitando o Teto. Não há nenhuma violação de Teto. Todos os programas que Roma se refere estão dentro de estimativas”, afirma Guedes.

João Roma diz esperar que valores de novo programa sejam suficientes para ajudar a população


Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.