Bloomberg — A recuperação irregular das companhias aéreas globais ajudou de forma inesperada um segmento do mercado: a demanda por tinta para aeronaves. As compras foram retomadas com força total diante da produção de novos jatos e aviões aterrados que trocam de operadora.
Na Akzo Nobel, maior fornecedora mundial de revestimentos para aviões, as vendas de uma variedade de produtos voltaram aos níveis pré-pandemia durante o segundo trimestre.
“Foi uma surpresa”, disse o CEO Thierry Vanlancker em entrevista. “Achávamos que isso aconteceria apenas em 2023.”
Os fatores são duplos. Fabricantes de aviões como Airbus e Boeing têm aumentado a produção, com entregas em alta de 70%, para 453 novas aeronaves no primeiro semestre em relação ao ano anterior.
Mudanças de controle também desempenharam um papel importante e, cada vez que um avião troca de mãos, precisa ser pintado novamente. Embora os pedidos de recuperação judicial de aéreas tenham diminuído drasticamente desde o ano passado, companhias ainda estão sendo criadas, de acordo com a consultoria de aviação IBA. As novatas estão adquirindo jatos alugados de empresas que fecharam as portas, em crise ou que reduziram as frotas.
Empresas de porte como Delta Air Lines também têm comprado aviões usados. Este mês, a aérea dos EUA comprou quase 30 Boeing 737-900 que faziam parte da frota da operadora indonésia PT Lion Mentari Lion Airlines. Também alugou sete jatos Airbus A350-900 de corredor duplo da Latam Airlines, que pediu recuperação judicial.
Desde janeiro, companhias aéreas devolveram 790 aviões às empresas de leasing, enquanto 609 aeronaves novas e usadas foram entregues aos clientes, de acordo com dados da IBA.
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