Dados do Inmet indicam quatro dias consecutivos de geadas no Brasil

Culturas como café, laranja, cana-de-açúcar e hortifrutigranjeiros correm maior risco de perdas

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São Paulo — O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, indica que o Brasil terá uma temporada de pelo menos quatro dias consecutivos de geadas, iniciando-se hoje. Nesta quarta-feira, geadas de forte e média intensidade cobrirão integralmente os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

No Paraná, apenas a região noroeste do Estado deve ficar imune ao frio intenso e baixas temperaturas. As demais áreas receberão geadas de média intensidade, que também atingirão o sudeste de São Paulo.

Quinta e sexta-feira serão os dois piores dias desse ciclo de frio intenso. As geadas de maior intensidade ampliam a área de influência no Rio Grande do Sul e Santa Catarina e chegam ao sul e centro do Paraná.

A partir de amanhã, geadas de fraca e média intensidade serão registradas em praticamente todo o Estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e cobrir a maior parte de Mato Grosso do Sul. Esse quadro se mantém até a próxima sexta-feira.

Apenas no sábado o risco de geadas começa a diminuir, mas ainda assim, existe o risco de ocorrência em todo o Sul do Brasil, São Paulo e Minas Gerais.

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: A geada deve atingir importantes regiões produtoras, que vinham se recuperando de uma geada ocorrida há pouco mais de uma semana. Contudo, a extensão do ciclo que começa hoje se mostra mais abrangente e deve provocar danos em uma grande área de Mato Grosso do Sul, atingindo áreas de pastagem utilizadas pela pecuária.

CONTEXTO: A ocorrência de geadas na última semana, especialmente no dia 20, que se espalhou desde os estados da região Sul do Brasil, passando por parte do Sudeste e Mato Grosso do Sul, impactou lavouras perenes e culturas de ciclo curto, caso dos produtos hortifrutigranjeiros. Entre as culturas perenes, os maiores danos ocorreram sobre as lavouras de café arábica, já que o frio intenso atingiu áreas do Paraná, Sul de Minas, Alta e Baixa Mogiana e Cerrado Mineiro, que representam a maior parte da produção nacional.

Segundo relatório da consultoria Agro do Itaú BBA, já é possível dizer que a próxima safra de café (2022/23) foi comprometida de maneira não desprezível. No caso da cana, os impactos da última geada o deverão ser sentidos em áreas que estavam programadas para serem colhidas em setembro e outubro, que sofreram com danos mais severos.