Novos indicadores criam parâmetros para investimento ESG

Gestores buscam proteção contra possibilidade de “greenwashing”

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Bloomberg — Gestoras de ativos ESG aceleram o uso de novos indicadores de acompanhamento climático criados por autoridades europeias, o que deve dificultar a prática do chamado “greenwashing”.

Embora apenas cerca de US$ 1,2 bilhão agora esteja vinculado a indicadores que atendem aos requisitos da Comissão Europeia - uma pequena fatia do total global de US$ 35 trilhões em ativos ESG, sigla para padrões ambientais, sociais e de governança -, as entradas mais do que dobraram desde janeiro, de acordo com a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados.

Isso sugere que investidores buscam certa proteção enquanto navegam em um mercado repleto de ansiedade sobre o greenwashing, termo usado para compromissos exagerados, falsos ou enganosos sobre a fidelidade de um produto às metas climáticas, como as definidas no histórico Acordo de Paris de 2015. A EVestment, uma unidade da Nasdaq, estima que existam mais de 890 estratégias dedicadas ao ESG e mais de 7,4 mil que integram o ESG ao processo de investimento.

Antes da criação dos indicadores de referência, “você poderia colocar esse rótulo e dizer: ‘alinhado com o [Acordo de] Paris’, e qualquer coisa poderia acontecer naquele índice”, disse Jas Duhra, chefe para a região EMEA (Europa, Oriente Médio e África) de índices ambientais, sociais e de governança da S&P Global, que desenvolve e comercializa esses índices. Agora, gestoras de ativos que declaram investir em ESG “não podem simplesmente ter um índice formado por empresas de TI e empresas de mídia”.

Os chamados benchmarks servem como base para a criação de produtos de investimento e como parâmetros para medir o desempenho do fundo. Em 2016, a comissão exigiu que os indicadores incorporem elementos ESG, mas não especificou como. Os números proliferaram, deixando investidores e consultores confusos. A comissão então interveio, criando critérios para indicadores que buscam ser rotulados como transição climática ou alinhados ao Acordo de Paris.

“Havia tantos tipos diferentes de benchmarks ESG impossíveis de comparar”, disse Janicke Scheele, chefe de investimento sustentável da DNB Asset Management.

A unidade do DNB, maior banco da Noruega, criou um produto ESG passivo este ano, porque “é realmente desafiador dizer que você tem um fundo de índice alinhado ao [Acordo de] Paris se você não tem realmente um benchmark alinhado a Paris”, disse Scheele.

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