São Paulo — A produção brasileira de laranja na safra 2020/21 não será tão boa quanto se esperava no início do ano. Relatório divulgado hoje pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta para uma oferta brasileira de 15,94 milhões de toneladas, 5,8% a menos do que o volume estimado pela entidade em janeiro deste ano, quando foi projetada uma produção de 16,9 milhões de toneladas. Apesar do ajuste na estimativa, a produção da atual safra será 7,2% maior do que a do ano passado, quando o Brasil colheu 14,87 milhões de toneladas.
O clima foi o principal fator para as perdas da safra atual. Dados meteorológicos da da Climatempo/Somar Meteorologia indicam que entre maio de 2020 e março deste ano, as chuvas médias acumuladas sobre a região produtora do Brasil foi mais de 30% abaixo da média histórica.
POR QUE ISSO IMPORTA: A menor disponibilidade de frutas reduziu a oferta de laranjas para processamento pela indústria. Segundo o USDA, 11,18 milhões de toneladas ficaram disponíveis para as empresas, 8,4% a menos do que se esperava no início do ano. Ainda assim, o volume é 12,7% superior ao registrado na safra anterior.
A produção inferior ao esperado impactou também na produção de suco de laranja. O Brasil deve produzir, segundo o USDA, 1,05 milhão de toneladas na safra 2020/21, volume 9,5% inferior ao estimado em janeiro, porém, 11,7% maior do que a produção de suco do ano passado.
CONTEXTO: O Brasil é o maior produtor mundial de laranja, maior produtor e exportador de suco de laranja e um dos cinco maiores consumidores da bebida. O país representa mais de 60% da produção global de suco e é dono de 75% do comércio internacional da bebida.