Robinhood mira avaliação de US$ 35 bilhões em IPO

Corretora online popular entre investidores Pessoa Física conta com 17,7 milhões de usuários

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Bloomberg — A Robinhood Markets Inc. busca uma avaliação de US$ 35 bilhões em sua oferta pública inicial, pouco abaixo das projeções mais altas de analistas, com o aplicativo gratuito de investimentos avançando para uma estreia que deve atrair compradores de sua própria base de investidores iniciantes.

A empresa no centro do frenesi das meme stocks deste ano listará 55 milhões de ações por US$ 38 a US$ 42 cada, segundo relatório apresentado na segunda-feira à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Em março, a Bloomberg Intelligence estimou que a Robinhood poderia ser avaliada em uma faixa de US$ 13 bilhões a US$ 40 bilhões.

Robinhood pretende arrecadar mais de US$ 2 bilhões em sua oferta pública, planejada para o final do verão nos EUA. Com a faixa de preço definida, dará continuidade ao roadshow do IPO e começará a se reunir com investidores esta semana. Sua avaliação ainda pode mudar dependendo da demanda entre investidores.

Como uma corretora de capital aberto, a Robinhood se juntará às fileiras da Coinbase Global Inc., uma plataforma de negociação de criptomoedas que estreou este ano e atualmente vale quase US$ 47 bilhões, e do peso-pesado da indústria Charles Schwab Corp., que comprou a concorrente TD Ameritrade no ano passado e tem um valor de mercado de cerca de US$ 130 bilhões.

Com planos para levantar mais de US$ 2,2 bilhões, o IPO de Robinhood seria o quinto maior em uma bolsa dos EUA em 2021. Este ano já bateu um recorde histórico com 648 empresas levantando um total de cerca de US$ 218 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A Robinhood explodiu durante a pandemia do coronavírus, quando os jovens que vivem em casa recorreram ao comércio online para passar o tempo e ganhar dinheiro. Seus usuários ativos mensais mais do que dobraram no ano passado, com 17,7 milhões no primeiro trimestre, contra 8,6 milhões no mesmo período em 2020.

A empresa com sede em Menlo Park, Califórnia, disse que reservará de 20% a 35% de suas ações Classe A para seus clientes.

Maior supervisão

O aumento da popularidade de Robinhood levou ao escrutínio de políticos e reguladores, que estão focados na chamada gamificação do comércio e seu papel no fenômeno do estoque de memes. No auge do frenesi volátil do final de janeiro sobre ações como a GameStop Corp., a empresa teve de levantar bilhões de dólares de seus patrocinadores.

Em junho, a Financial Industry Regulatory Authority impôs à empresa uma multa de quase US US$ 70 milhões, um recorde para o cão de guarda norte-americano. A FINRA alegou que Robinhood enganou seus clientes sobre negociação de margem e falhou em sua supervisão de tecnologia e aprovações para negociadores de opções. A Robinhood não admitiu nem negou as alegações.

Em março, a Robinhood anunciou que havia entrado com um pedido confidencial de oferta pública. A empresa divulgou seus resultados financeiros pela primeira vez em seu registro público de 1º de julho, o qual indicou lucro líquido de US$ 7,45 milhões contra uma receita líquida de US$ 959 milhões em 2020, em comparação com um prejuízo de US$ 107 milhões contra US$ 278 milhões no ano anterior.

Os principais acionistas da Robinhood são as empresas de risco DST Global, Index Ventures, New Enterprise Associates e Ribbit Capital. Cada grupo possui mais de 5% das ações antes da oferta.

Goldman Sachs Group Inc. e JPMorgan Chase & Co. lideram a oferta da Robinhood. Suas ações devem ser negociadas na Nasdaq Stock Market sob o ticker HOOD.

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