(Bloomberg) -- A companhia aérea mexicana Volaris planeja emitir seu primeiro título verde até o fim do ano, disse o diretor-presidente da empresa, Enrique Beltranena.
Embora não haja um valor definido, a empresa está de olho na faixa de cerca de 1,5 bilhão de pesos (cerca de US$ 75 milhões), disse Beltranena em entrevista.
Algumas das metas sustentáveis da companhia aérea são aumentar a participação das aeronaves Airbus Neo na frota, que são mais eficientes em termos de combustível. Isso, por sua vez, deve levar a uma redução de 23% das emissões em relação aos níveis de 2015, afirmou.
Empresas em grandes setores emissores de carbono são atraídas para essa estrutura de financiamento por causa da flexibilidade em ajudá-las a reduzir sua pegada ambiental. Mas investidores e analistas têm questionado se esses títulos são realmente verdes.
A Volaris se recuperou da pandemia mais rápido do que a maioria das concorrentes. A companhia aérea, que já é a maior do México em passageiros transportados, busca capturar o que rivais estão deixando para trás no mercado nacional. As aéreas do México, ao contrário das concorrentes americanas, não receberam nenhuma ajuda do governo para enfrentar o colapso das viagens relacionado à pandemia. Isso contribuiu para o Grupo Aeroméxico entrar com pedido de recuperação judicial sob o Capítulo 11 da lei de falências nos Estados Unidos em junho de 2020 e levou a Interjet a interromper as operações em dezembro passado.
A Volaris, por sua vez, planeja elevar a capacidade em até 22% no mercado interno no terceiro trimestre, disse Beltranena em teleconferência sobre os resultados trimestrais na semana passada. A companhia aérea também quer adicionar 25 aeronaves nos próximos 18 meses.
A operadora está gerando caixa entre US$ 1 milhão e US$ 1,3 milhão diariamente, o que tem melhorado os níveis de capitalização, disse Beltranena. Com isso, a Volaris tem tempo para avaliar se a nova emissão será necessária, afirmou.
Um obstáculo aos planos de crescimento da Volaris é a decisão anunciada em maio pela Administração Federal de Aviação dos EUA de rebaixar a classificação de segurança do México para a categoria 2. Com a medida, companhias aéreas não podem mais adicionar rotas ou número de voos aos EUA, mas a FAA disse posteriormente que as empresas poderiam elevar a frequência a destinos que já possuíam 18 meses antes do anúncio.
Isso seria suficiente para a Volaris ao longo do próximo ano, disse Beltranena. Depois disso, seus planos de crescimento exigirão que o México volte à categoria 1, acrescentou.
Autoridades do México e dos EUA estão em negociações para assinar um acordo esta semana, no qual o governo americano ajudará o país vizinho a abordar os problemas que levaram ao rebaixamento, disse Beltranena. Ele espera que o retorno à categoria 1 ocorra entre seis meses e um ano.
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