Mineradores de criptomoedas podem sair da China por escrutínio

Movimento é gerado por maior controle do país sobre a mineração, negociação e outros serviços

Moeda tem forte oscilação no ano
Por Joanna Ossinger
23 de Junho, 2021 | 02:00 PM

(Bloomberg) O escrutínio da China sobre o mercado de criptomoedas pode levar mineradores a transferir operações no país para o exterior.

O êxodo é motivado pelo maior controle da China sobre a mineração, negociação e outros serviços de criptomoedas. A Binance Holdings, a maior bolsa de criptomoedas do mundo e que também opera um importante centro de mineração, é uma das empresas que nota a diferença.

PUBLICIDADE

O CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, disse em entrevista no Fórum Econômico do Catar na terça-feira que sua empresa está vendo muitos mineradores saindo da China e migrando para outros mercados.

As medidas da China aumentaram a incerteza no mercado de criptomoedas e ajudaram a empurrar o bitcoin para o limite inferior de sua faixa de negociação recente, e a moeda caiu brevemente abaixo de US$ 30.000 na terça-feira, após ter atingido quase US$ 65.000 em meados de abril.

“A China pode representar menos de 50% da mineração de bitcoins no final do ano em relação aos 65%”, disse Dan Weiskopf, cogestor de portfólio do ETF Amplify Transformational Data Sharing, em entrevista por e-mail. Ele acrescentou que EUA, Canadá, Suécia e Argentina são destinos alternativos prováveis para as operações de mineração chinesas. O Amplify é um fundo de índice de gestão ativa com US$ 1,1 bilhão em valor de mercado, composto por ações relacionadas ao blockchain, com cerca de 20% do portfólio em criptomoedas.

PUBLICIDADE

O hashrate, que mede a energia computacional usada na mineração de bitcoins, caiu cerca de 40% nas últimas duas semanas, de acordo com dados da BTC.com.

“O declínio do hash é provavelmente um fenômeno de curto prazo e uma evidência de que os mineradores da China estão saindo do ar”, disse Weiskopf. “É um resultado positivo para mineradores da América do Norte, que agora estão se expandindo e com previsão de ter muito hash online no final de 2021 e em 2022.”

--Com a colaboração de Tracy Alloway.

Leia mais em Bloomberg.com