Sentença do júri do caso de assédio sexual de funcionária adolescente do Steak ‘n Shake é mantida

Evidências para o julgamento constataram que adolescente recebeu tapas e toques nas nádegas e ouviu comentários sexualmente depreciativos, segundo o tribunal

Por Patrick Dorrian
09 de Julho, 2021 | 08:30 PM

(Bloomberg Law) – A Steak ‘n Shake Inc. deverá pagar a uma garçonete adolescente assediada sexualmente por funcionários mais velhos do sexo masculino US$ 50 mil em danos punitivos, em sentença proferida pela Sexta Região na sexta-feira, rejeitando o argumento de que a sentença era constitucionalmente excessiva, pois a funcionária recebeu apenas US$ 1.308 em danos emergentes.

A decisão não publicada também rejeitou o argumento da Comissão de Oportunidades Iguais de Trabalho dos Estados Unidos (EEOC, na sigla em inglês) de que os danos punitivos adjudicados a Hannah Corbin não necessariamente levantaram as devidas questões constitucionais por ser mais baixa que o valor máximo de US$ 300 mil em indenizações que uma empresa do porte da Steak ‘n Shake Inc. deve pagar nos termos do Título VII da Lei de Direitos Civil de 1964. A EEOC enviou uma declaração de amigo do tribunal a corte apoiando Corbin no caso.

A EEOC observou as decisões da Segunda, Quinta, Sétima e Nona regiões para apoiar sua visão de que apelar para os fatores que a Suprema Corte dos Estados Unidos estabeleceu para testar a constitucionalidade dos danos punitivos não é necessário quando uma sentença é mais baixa que o teto de indenização do Título VII, afirmou o Tribunal de Recursos da Sexta Região dos Estados Unidos.

Porém as limitações do Título VII abordam apenas o valor de uma sentença, não sua proporcionalidade a uma sentença subjacente de danos emergentes, afirmou a juíza Bernice Bouie Donald.

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As diretrizes dos juízes estabelecidas no caso BMW of North America Inc. contra Gore, por outro lado, “garantem que os danos punitivos são adjudicados nos casos mais notórios” e “têm papel fundamental ao determinar se a sentença de danos punitivos é razoável e proporcional ao prejuízo sofrido”, afirmou Donald.

A sentença de US$ 50 mil para Corbin foi justificada em vista do abuso repreensível no trabalho considerado existente pelo júri, afirmou a Sexta Região.

As evidências para o julgamento constataram que Corbin recebeu tapas e toques nas nádegas e recebeu comentários sexualmente depreciativos, segundo o tribunal. Outras evidências apontam que a Steak ‘n Shake não abordou o assédio, mesmo com constante conscientização sobre o caso e gerentes testemunhando o ocorrido, ainda segundo o tribunal.

A proporção entre os danos punitivos e os prejuízos causados a Corbin também não foi indevidamente alta, e sentenças punitivas maiores já foram aprovadas em casos semelhantes, afirmou Donald.

O tribunal também rejeitou os recursos da empresa após a admissão de evidências de casos semelhantes ocorridos com a amiga e colega de Corbin e a exclusão das declarações coletadas pela Steak ‘n Shake ao investigar as alegações de Corbin.

Corbin perdeu as propostas para retomar sua reivindicação de retaliação e aumentar sua sentença de pagamento de honorários advocatícios.

Ela não comprovou que não havia iniciado sua demissão nem que o juiz errou ao adjudicar seus advogados US$ 92.978 em vez os $547.361 solicitados, afirmou Donald.

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Os juízes Jeffrey S. Sutton e David W. McKeague concordaram com a juíza.

A Spitz Law Firm LLC representou Corbin. A Ogletree Deakins Nash Smoak & Stewart PC representou a Steak ‘n Shake. Os advogados da EEOC em Washington representaram a comissão.

O caso é Corbin contra. Steak ‘N Shake, Inc., 6ª Região, nº 20-03519, não publicado em 2 de julho de 2021.