Um em cada cinco jovens não trabalha nem estuda nos EUA

É um contingente que atingiu 3,8 milhões de americanos de 20 a 24 anos no primeiro trimestre desse ano.

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(Bloomberg) – Cerca de um em cada cinco jovens dos Estados Unidos não trabalhou nem estudou no primeiro trimestre, e jovens negros e hispânicos foram os que ficaram no ócio na maior proporção.

Nos primeiros três meses do ano, cerca de 3,8 milhões de americanos de 20 a 24 anos não estavam empregados ou matriculados na escola – índice conhecido como “nem-nem” (NEET, em inglês) – segundo relatório do Centro de Política Econômica e Pesquisa (CEPR). Esse número representa um aumento de 740.000 pessoas, ou 24%, em comparação ao ano anterior, antes que muitos perdessem os empregos ou escolhessem abandonar os estudos quando os campi fecharam as portas no início da pandemia de covid-19.

A presença de jovens inativos é um sinal preocupante para o futuro da economia, pois estes não adquirem habilidades essenciais para ajuda-los a realizar seu potencial de ganhos futuros. Além disso, altos índices NEET podem fomentar ambientes férteis para o mal-estar social.

O aumento do trimestre passado parece ser amplamente motivado pelo desemprego, ao passo que a frequência nas escolas aumentou moderadamente quando os campi passaram a reabrir, segundo estudo do CEPR. Jovens ainda apresentam índices de desemprego na casa dos dois dígitos.

“Os esforços atuais e contínuos precisam fazer mais para garantir que os jovens da atual classe trabalhadora diversificada possam melhorar suas perspectivas de longo prazo no mercado de trabalho e prosperar nos próximos anos”, afirmou Simran Kalkat, um dos autores do relatório do CEPR.

Embora o índice NEET tenha diminuído desde o pico em abril de 2020, o progresso na redução de desigualdades sociais não aumentou. Quase um quarto dos jovens negros estavam inativos no último trimestre, alta em relação a 20,9% no mesmo período de 2020. O índice de hispânicos nessa faixa etária ficou pouco abaixo de 20%, em comparação com 16% dos estadunidenses brancos.

Pela primeira vez na história, o índice de desemprego entre adolescentes em maio foi mais baixo que o índice de empregados entre 20 e 24 anos. Contudo, a taxa de desemprego para jovens adultos na casa dos 20 anos aumentou nos últimos seis meses, passando de 10,1% para 10,7%.

O relatório de empregos da próxima semana discutirá se o encerramento dos auxílios-desemprego da pandemia por parte dos estados incentivará os jovens a voltarem para o trabalho. O relatório também discutirá se existem mais oportunidades em empregos com salários mais baixos, aos quais adolescentes provavelmente se candidatarão, conforme a economia continuar a abertura.

(Com Alex Tanzi)