Preços em Tóquio interrompem queda de 10 meses apesar de restrições

Valores na capital permaneceram inalterados em relação ao ano anterior

Pessoas andando em rua movimentada
Por Yoshiaki Nohara - Yuko Takeo
05 de Julho, 2021 | 07:51 AM

(Bloomberg) Os preços ao consumidor em Tóquio ficaram estáveis em junho, interrompendo uma queda de 10 meses em meio a mercados de energia globais mais firmes, apesar das restrições comerciais em vigor para conter o coronavírus.

Os preços na capital, excluindo para alimentos frescos, permaneceram inalterados em relação ao ano anterior, com o indicador aumentando pelos custos do ensino superior e moderando as quedas nas contas de eletricidade, afirmou o Ministério do Interior na sexta-feira. Analistas projetaram queda de 0,1% no indicador.

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Embora a recuperação dos mercados de energia globais esteja mantendo os preços, a situação no Japão contrasta com os Estados Unidos e outros países, onde o medo da inflação começou a alimentar expectativas de uma eventual suspensão dos estímulos econômicos. O banco central do Japão não vai atingir a meta de inflação de 2% antes de 2024, o que significa que a inflação provavelmente vai continuar branda no futuro próximo.

Principais pontos

  • “A não ser pela energia, os preços do Japão estão estáveis”, afirmou o economista Takeshi Minami do Instituto de Pesquisa do banco Norinchukin. “Existe preocupação quanto às restrições da oferta em lugares específicos, mas não é um problema geral”, afirmou, contrastando o Japão com os Estados Unidos, onde a oferta está menor que a demanda à medida que a economia reabre.
  • O economista Yuichi Kodama, do Instituto de Pesquisa da Meiji Yasuda declarou esperar que consumidores japoneses gastem um pouco mais quando a vacinação do país atingir mais pessoas e a segurança pública melhorar. “Esse processo será limitado em comparação aos Estados Unidos”, disse.
  • No curto prazo, as restrições comerciais contínuas para conter o vírus estão desestimulando os gastos. O governo ainda pede que bares e restaurantes fechem às 20h, mesmo após encerrar o estado de emergência na maior parte do país.
  • A queda nos preços no Japão foi exacerbada por fatores especiais, incluindo cortes em taxas de celulares incentivados pelo Primeiro Ministro Yoshihide Suga. As cobranças caíram 28% em Tóquio neste mês em comparação ao ano passado, uma redução de 0,4 ponto percentual em relação aos preços em geral.

O que diz a Bloomberg Economics...

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“A inflação de 0% em Tóquio não é motivo de comemoração, exceto quando observamos o fim da queda em 10 meses de deflação. É um processo incremental, mas isso não muda o cenário – o banco central do Japão deve continuar avançando em seu esforço de reflação”.

--Yuki Masujima, economista

Para obter o relatório completo, clique aqui.

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Saiba mais

  • Os preços gerais em Tóquio estavam estáveis, assim como um índice mais inflexível que elimina os custos de alimentos frescos e energia. Os economistas haviam projetado quedas em ambos os indicadores.

-- Com Tomoko Sato.